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De novo, Vale (VALE3)? Agência suspende atividade após empresa não comprovar estabilidade em mina de Mariana (MG)

Bento Rodrigues Mariana Samarco Vale

Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), após rompimento da barragem da Samarco, empresa da Vale e BHP.

A Vale (VALE3) está de volta às manchetes por problemas na condução das operações com rejeitos de mineração. E no mesmo município de Mariana (MG), onde oito anos atrás aconteceu o rompimento da barragem da Samarco.

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A Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou e suspendeu as atividades de disposição de estéril na mina Fábrica Nova.

De acordo com o órgão regulador, a Vale não foi capaz de comprovar a estabilidade das estruturas do local. As pilhas interditadas são a PDE Permanente I, PDE Permanente II e PDE União Vertente Santa Rita.

A interdição ocorreu na sexta-feira. Nesta semana, a ANM e a Defesa Civil realizam vistoria no local para definir a linha de ação que a empresa deve adotar.

"Assim que for apresentado laudo atestando a estabilidade das estruturas, a ANM decidirá sobre a manutenção ou não da intervenção", acrescentou a agência.

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Cerca de 300 pessoas podem ser evacuadas de Santa Rita Durão, distrito de Mariana, caso o risco seja comprovado, de acordo com o jornal O Estado de Minas.

O Seu Dinheiro procurou a Vale, mas a empresa não respondeu ao pedido de posicionamento até a publicação desta matéria. A mineradora também não enviou nenhum comunicado ao mercado sobre a operação na mina Fábrica Nova.

A empresa encaminhou posteriormente uma nota, na qual informa que não há risco iminente atrelado às pilhas de estéril da mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG), nem a necessidade da remoção de famílias.

"Diferentemente do que foi veiculado por alguns veículos de imprensa, a pilha de estéril é uma estrutura de aterro constituída de material compactado, diferente de uma barragem e não sujeita à liquefação", acrescentou a Vale. Leia a íntegra da nota da companhia no fim desta matéria.

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"Mariana nunca mais"

A interdição na mina da Vale remete imediatamente ao rompimento da barragem do Fundão, no mesmo município de Mariana, que ocorreu em novembro de 2015.

O incidente ocorreu em uma mina da Samarco, empresa que controla a Vale junto com a anglo-australiana BHP, e deixou pelo menos 18 mortos e centenas de desabrigados.

Um ano e meio mais tarde, ao assumir o comando da Vale, o então CEO Fabio Schvartsman afirmou que o lema da empresa seria "Mariana nunca mais". Mas o pior ainda estava por vir.

Em janeiro de 2019, o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) matou 259 pessoas. Dois anos depois, a empresa fechou acordo com o Estado de Minas Gerais, a Defensoria Pública e os Ministérios Públicos Federal e de Minas Gerais, que previa um gasto total de R$ 37,7 bilhões em projetos de reparação socioeconômica e socioambiental.

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Posição da Vale

Leia a seguir a íntegra da posição oficial da Vale:

“A Vale esclarece que não há risco iminente atrelado às pilhas de estéril da mina de Fábrica Nova, em Mariana (MG), assim como não há a necessidade da remoção de famílias. Diferentemente do que foi veiculado por alguns veículos de imprensa, a pilha de estéril é uma estrutura de aterro constituída de material compactado, diferente de uma barragem e não sujeita à liquefação.

Importante também esclarecer que o dique de pequeno porte localizado à jusante de uma das pilhas tem declaração de condição de estabilidade positiva. A Vale reitera que a segurança é um valor inegociável e que cumpre todas as obrigações legais. A Vale continuará colaborando com as autoridades e fornecendo todas as informações solicitadas.”

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