As ações da Cyrela (CYRE3) disparavam mais de 7% nesta quinta-feira (13) e, por volta das 12h30, lideravam as altas do Ibovespa, o principal índice acionário da B3. O combustível para o salto da incorporadora é a prévia operacional do segundo trimestre.
O documento, divulgado ontem, mostrou que a companhia acelerou lançamentos e vendas no período e surpreendeu os analistas.
Para a XP, a alta de 51% no Valor Geral de Vendas (VGV) dos novos empreendimentos, que chegou a R$ 3,5 bilhões, foi uma das surpresas positivas. Segundo a corretora, o indicador fortaleceu-se com a maior participação do segmento de alto padrão no mix de produtos.
“Além disso, destacamos um sólido desempenho das vendas líquidas apesar do cenário macroeconômico desafiador com taxas de juros mais altas e baixa confiança do consumidor”, citam os analistas da corretora, que reiteraram a recomendação de compra para os papéis CYRE3 com preço-alvo de R$ 26 — e upside de quase 17% ante à cotação atual.
O Santander também reforçou a avaliação positiva das ações da Cyrela com base em dois fatores: o “sólido impulso de ganhos” — o Retorno sobre Patrimônio (ROE3) projetado para 2024 é de 13,2% —, e a execução no ciclo passado que resultou em níveis de estoque “saudáveis”.
“A ação oferece ainda alguma ‘gordura’ em termos de avaliação, já que está sendo negociada atualmente abaixo de sua média histórica”, diz o banco de investimentos.
Tenda (TEND3) também recebe elogios, mas recomendação das ações segue neutra
A Cyrela (CYRE3) não foi a única construtora da B3 a agradar os analistas. A Tenda (TEND3) também opera em alta hoje e recebeu elogios após a prévia do segundo trimestre. Mas, ao contrário do que ocorreu com a rival, a recomendação para os papéis segue neutra para XP e Santander.
A corretora cita que a empresa teve um desempenho sólido no que diz respeito aos lançamentos, que atingiram R$ 964 milhões e superaram as estimativas dos analistas. Para a XP este é um “sinal positivo em meio a um processo contínuo de recuperação da rentabilidade, com maior seletividade de projetos”.
“No entanto, mantemos nossa recomendação neutra para TEND3 devido aos riscos de execução que vemos no processo de recuperação de rentabilidade da companhia”.
Já o Santander destaca que a construtora seguiu elevando o preço médio das unidades no trimestre — o indicador avançou 9,3% na base trimestral e 3,7% na anual, para R$ 206,7 mil —, o que pode melhorar a geração de caixa do período.
O banco também reconheceu o potencial de ganhos da companhia com as mudanças aprovadas para o programa Minha Casa Minha Vida, mas reiterou a recomendação neutra para as ações da Tenda (TEND3).
Even (EVEN3) segue apresentando números resilientes com vendas de estoque
Além de Cyrela e Tenda, a Even também divulgou a prévia operacional do segundo trimestre na noite de ontem. E, na visão do Santander, as vendas de lançamentos foram robustas e a comercialização do estoque melhorou.
Os analistas acreditam que o impulso para a venda de unidades do banco da construtora é apoiado por dois fatores:
- a queda da participação dos estúdios nos estoques da empresa em São Paulo (menos de 5% do total);
- uma estratégia agressiva de precificação na Melnick para reforçar as vendas de unidades concluídas e mais próximas da entrega
O Santander tem recomendação neutra para as ações da Even, com preço-alvo de R$ 5,10 — queda de quase 30% ante à cotação atual dos papéis na B3.