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O Banco do Brasil aumentou a taxa pela gestão dos fundos do governo. E vai faturar uma bolada com isso

Fachada do edifício sede do Banco do Brasil (BBAS3), em Brasília.

Fachada do edifício sede do Banco do Brasil (BBAS3), em Brasília

O peso de ser controlado pelo governo costuma colocar o Banco do Brasil (BBAS3) em desvantagem na concorrência com os bancos privados. Mas também garante alguns privilégios, como o de ser o responsável pela gestão de fundos de investimento com recursos públicos.

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De fato, o governo é um cliente dos sonhos: tem muito dinheiro e está disposto a pagar uma taxa de administração gorda. O Banco do Brasil é responsável pela gestão de um patrimônio da ordem de R$ 200 bilhões em fundos do governo e aproveitou para aumentar a cobrança ao longo do ano passado.

Esse movimento, diga-se de passagem, vai na contramão do resto dos grandes bancos, que vêm reduzindo as taxas dos fundos diante do aumento da competição com as plataformas de investimento.

Nas contas do JP Morgan, a alta nas taxas dos fundos do governo deve render R$ 1 bilhão em receitas adicionais para o Banco do Brasil. “Sim, o Banco do Brasil presta outros serviços a essas entidades, ainda assim essas taxas parecem altas”, escreveram os analistas, em relatório.

Banco do Brasil: até R$ 4 bilhões na gestão de fundos do governo

No total, a gestão dos fundos governamentais deve garantir entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões em receitas anuais ao BB, de acordo com JP Morgan.

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O banco cobra entre uma taxa de administração entre 0,5% e 2,5% ao ano do governo pela gestão. O detalhe é que esses fundos de modo geral são de baixo risco.

Então, basicamente o Banco do Brasil cobra do governo para investir em títulos do próprio governo. E o retorno não tem sido dos melhores, com uma média equivalente a 85% da Selic em 2022, ainda de acordo com os analistas.

Com a queda da taxa básica de juros, o BB chegou a reduzir as taxas. Mas no ano passado elevou a cobrança de dois fundos de 1,75% para 2,5% ao ano. Juntos, eles possuem um patrimônio líquido combinado de R$ 110 bilhões — ou seja, mais da metade do total.

Bom para as ações

Essa pode não ser uma boa notícia para os cofres públicos, mas é positiva para quem tem ações do Banco do Brasil (BBAS3).

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Sempre existe, é claro, o risco de o governo "se tocar" e cobrar a redução das taxas do banco. Mas os analistas do JP Morgan acreditam que essas receitas não estão em risco.

“Diferentemente dos depósitos judiciais, que tendem a enfrentar concorrência hoje, acreditamos que a gestão desses fundos deve ser principalmente limitada ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal”, escreveram os analistas.

Apesar de não ver risco de perda dessa receita, o JP Morgan possui recomendação neutra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), com preço-alvo de R$ 50,00. No pregão de sexta-feira, os papéis do BB fecharam a R$ 40,18.

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