A aguardada assembleia geral de credores que vai discutir o plano de recuperação da Americanas (AMER3) acontece amanhã (19). Mas as chances de aprovação aumentaram muito nos últimos dias.
Isso porque a varejista já conseguiu a adesão formal de credores que representam 57% da dívida, sem considerar os créditos intercompany, de acordo com a companhia.
Ou seja, em termos de volume de créditos, a Americanas já tem a maioria necessária para aprovar o plano de recuperação. Mas a companhia também precisa obter o aval da maioria simples dos credores presentes na Assembleia Geral de Credores (AGC) — para esse critério, cada credor tem direito a um voto no cômputo geral.
As últimas instituições que aderiram ao plano foram o BTG Pactual Asset, a Oliveira Trust — que representa os investidores da 17ª emissão de debêntures da Americanas — e o Banco Safra.
Vale lembrar que o Safra chegou a contestar a realização da assembleia de credores, mas a Justiça negou o pedido.
A DINHEIRISTA - VENDI MEU VALE-ALIMENTAÇÃO E AGORA ESTOU SENDO AMEAÇADA!
Americanas (AMER3): o que diz o plano de recuperação judicial
Se tudo ocorrer conforme o plano, a Americanas reduzirá o endividamento de R$ 42,5 bilhões para R$ 1,875 bilhão, de acordo com os cálculos da companhia.
Em linhas gerais, o plano de recuperação da Americanas prevê um aumento de capital de pelo menos R$ 24 bilhões. Parte dos recursos virá da conversão de até R$ 12 bilhões da dívida em ações pelos credores.
Os outros R$ 12 bilhões virão dos acionistas de referência — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira — que se comprometeu a colocar dinheiro novo para tapar parte do rombo contábil bilionário.
Aliás, os bilionários vão adiantar R$ 3,5 bilhões à varejista até 15 dias após a homologação do plano de recuperação judicial.
A empresa também propôs o pagamento da dívida em um leilão reverso. Ou seja, quem oferecer o maior desconto, partindo de um mínimo de 70%, leva.
Após a homologação do plano, a Americanas espera concluir a reestruturação em 90 dias.