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ChatGPT, questões com a justiça e demissões — os vilões do resultado da dona do Google no 4T22

Logo do Google numa parede. A empresa é controlada pela Alphabet (GOGL34) e está entre as mais desejadas por trainees/trainee

ChatGPT, demissão em massa, ação antitruste. Não foram poucos os obstáculos para a Alphabet no quarto trimestre de 2022 — e o resultado da dona do Google no período mostra isso. 

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Entre outubro e dezembro do ano passado, a empresa viu seu lucro líquido cair 34% em base anual, para US$ 13,624 bilhões. O lucro por ação passou de US$ 1,53 para US$ 1,05. Já a receita somou US$ 76,048 bilhões, um resultado 1% acima do obtido no mesmo período do ano anterior. 

O ano de 2022 também não foi fácil para a Alphabet. A empresa teve lucro líquido de US$ 59,972 bilhões, uma queda de 21% ante 2021, enquanto a receita totalizou US$ 282,836 bilhões — uma alta de 10% na mesma base de comparação. 

Confira o que as projeções indicavam para o quarto trimestre, segundo a Bloomberg:

A reação de Wall Street aos números não foi das melhores. As ações GOOG caíram mais de 4% no after market em Nova York assim que os resultados foram conhecidos.  

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A Alphabet em números 

A receita com anúncios — um dado bastante aguardado pelo mercado para medir a capacidade de expansão, investimentos e a própria saúde financeira da empresa — decepcionou.

A receita com anúncios do Google caiu de US$ 61,2 bilhões no quarto trimestre de 2021 para US$ 59 bilhões no quarto trimestre de 2022.

A desaceleração da economia norte-americana e a concorrência do TikTok prejudicaram o Google, bem como os rivais em anúncios digitais como Snap e Facebook.

No início desta semana, a Snap reportou uma receita mais fraca do que o esperado, enquanto a Meta, controladora do Facebook, superou as estimativas, mas ainda registrou uma queda de 4%.

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Enquanto isso, a receita com anúncios do YouTube ficou aquém das estimativas dos analistas, chegando a US$ 7,9 bilhões contra projeções de US$ 8,2 bilhões.

"A elevada penetração do marketing de 'branding' (não focado em conversão), além dos infoprodutos que vivem sua ressaca particular, fizeram do YouTube, mais uma vez, o símbolo da desaceleração dos resultados do Google", diz Richard Camargo, analista da Empiricus.

Google: um trimestre com barreiras

Os resultados da Alphabet são os primeiros desde que demitiu cerca de 12 mil funcionários em janeiro. 

O CEO, Sundar Pichai, justificou as demissões com a decisão da dona do Google de contratar pessoal para atender à demanda da empresa durante a pandemia — à medida que as pessoas voltaram ao mundo real e passaram a depender menos das opções virtuais, a Alphabet precisou cortar parte da equipe.

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"Nos últimos meses, os executivos do Google têm falado abertamente sobre a necessidade de a empresa se tornar mais enxuta, menos burocrática (pois é) e alocar recursos em apostas que realmente estejam ganhando tração", lembra Camargo.

Esta também é a primeira vez que a Alphabet apresenta os resultados desde que o Departamento de Justiça (DOJ) dos EUA entrou com uma ação antitruste contra a gigante da tecnologia por causa de seus negócios de publicidade. 

Na denúncia, o DOJ diz que quer desmembrar o negócio de anúncios da empresa, que acusa de operar às custas de rivais menores e anunciantes.

O DOJ, no entanto, não é a única ameaça existencial da Alphabet. Em janeiro, a Microsoft anunciou que está fazendo um investimento plurianual e bilionário no desenvolvedor do ChatGPT, OpenAI. 

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A Microsoft já está falando em adicionar os recursos de inteligência artificial da empresa a seus vários produtos em nuvem — e estuda anexar respostas de linguagem natural ao seu mecanismo de pesquisa Bing, o que poderá reduzir a participação de mercado do buscador do Google.

Mudanças contábeis do Google

O analista da Empiricus chama atenção ainda para o fato de o Google ter anunciado alterações na sua política contábil, especialmente no período de amortização de parte dos servidores, cuja vida útil será estendida.

Apesar de não ter efeito caixa, segundo Carmago, a mudança inflará em US$ 3,4 bilhões o resultado do Google em 2023.

"Não preciso nem dizer que, dada a desaceleração geral do mercado, o momento não é exatamente propício para mudanças como essa", afirma.

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