O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deu um novo motivo para os investidores da Eletrobras (ELET3) celebrarem nesta terça-feira (28), ainda que em uma comemoração mais tímida.
Em uma conferência com o mercado realizada na tarde de ontem, o político falou sobre o setor elétrico e abordou temas como a renovação das concessões de distribuidoras.
Silveira ainda aproveitou o evento para dissipar parte da névoa que rodeava o futuro da companhia, afastando o fantasma que mais assustava os acionistas: uma reestatização da empresa no futuro.
Em declarações recentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que pretende, se houver condições, desprivatizar a empresa, com o argumento de que a venda representou um “crime de lesa-pátria”.
Os papéis da Eletrobras figuram entre as maiores altas do Ibovespa na sessão de hoje. Por volta das 12h37, as ações ELET3 subiam 4,98% na bolsa brasileira, cotadas a R$ 33,49.
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Reestatização da Eletrobras (ELET3)
Apesar de considerar o modelo adotado na privatização como “injusto”, o ministro Alexandre Silveira ressaltou que entende que a privatização foi aprovada judicialmente, com aval do Congresso Nacional e da Justiça. Desse modo, segundo Silveira, a reversão da privatização seria pouco provável.
Entre as reclamações do ministro, estavam as atribuições das golden shares, o número de conselheiros apontados pelo governo e a limitação dos direitos de voto.
“Acho que foi injusto, acho que quem tem 40% das ações não pode ter um conselheiro em nove”, disse ele, em evento.
Mesmo assim, Alexandre Silveira destacou que cabe ao governo decidir se judicializará a questão sobre o direito de voto, mas afirmou que não é possível prever o resultado. “Não é que a página esteja virada, as discussões podem acontecer.”
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O que dizem os analistas
Na visão do Credit Suisse, as falas do ministro são positivas, uma vez que podem ajudar a reduzir o ruído causado pelo “fantasma da reestatização”.
“Vemos o comentário do Sr. Silveira como positivo, apresentando uma visão que consideramos favorável ao mercado para temas importantes”, afirmaram os analistas, em relatório.
De acordo com o banco, apesar de a decisão de entrar na Justiça contra algumas questões da privatização da Eletrobras seja uma decisão que viria diretamente do governo federal, não do Ministério de Minas e Energia, “é importante ver o MME reconhecendo que o processo já foi concluído e, portanto, a reversão não seria provável”.
*Com informações de Estadão Conteúdo