O Comitê de Política Monetária (Copom) deve iniciar o ciclo de afrouxamento monetário na semana que vem, e a grande questão é: qual o tamanho do corte da Selic? Pesquisa do BTG Pactual mostra que o Banco Central entregará uma redução de 50 pontos-base (pb), o que colocará os juros em 13,25% ao ano.
Pelo menos é isso que 60% dos entrevistados acredita que vai acontecer na próxima quarta-feira (2), enquanto 39% esperam um corte de 0,25 pp.
Sobre a reunião em si, a maioria (70%) vê uma decisão dividida, com 40% antevendo uma redução de juros de 50 pp sem unanimidade e outros 30%, um corte de 0,25 pp também sem unanimidade.
Caso o comitê opte por um afrouxamento de 50pb em agosto, 62% veem a comunicação explicitamente sinalizando o ritmo de cortes à frente, em particular na reunião de setembro.
Quanto à possibilidade de aceleração do ritmo, 36% dos entrevistados julgam elevada ou muito elevada a chance de aceleração, pouco abaixo do grupo que classifica a chance de aceleração como baixa ou muito baixa (39%).
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Como ficam os juros depois de agosto?
Depois do corte de agosto, a pesquisa do BTG mostra que o Banco Central deve continuar com o pé no acelerador do afrouxamento monetário.
Em setembro, 86% acreditam em um corte de 50pb da Selic. Nas reuniões de novembro e dezembro, o corte de 50pb segue predominante, mas a aposta em uma redução de 75pb aumenta e atinge 35% para a última reunião do ano.
O levantamento mostra ainda que 58% dos pesquisados veem os juros encerrando 2023 abaixo de 12%, enquanto 42% projetam a Selic no patamar entre 12% e 12,75%.
Para 2024, há larga vantagem para o grupo que enxerga a Selic abaixo de 10,0% (78%) versus 10,0% a 10,75% (22%).
Dólar e o quadro fiscal
O BTG também foi ouvir os participantes do mercado sobre o dólar. A pesquisa mostra que a maioria dos entrevistados (46%) antevê que o real permanecerá ao redor de R$ 4,80 em relação à moeda norte-americana nos próximos 12 meses.
Outros 36% veem uma depreciação do dólar em direção ao patamar de R$ 4,50 ou menos.
A respeito do quadro fiscal, a maioria dos participantes (59%) julga o cenário neutro ao longo dos próximos trimestres, em que o governo não vai conseguir aprovar medidas suficientes de arrecadação e não atingirá a meta de primário em 2024, mas terá um resultado melhor do que em 2023 e respeitará o novo arcabouço fiscal.
Percentuais equivalentes, em torno de 20%, julgam o cenário favorável e desfavorável.
O BTG ouviu 107 participantes do mercado financeiro entre os dias 25 e 27 de julho. As respostas foram obtidas de forma anônima, junto à base de clientes do banco, através de um link para o preenchimento de um formulário eletrônico.
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