Quando tentamos descobrir os motivos do movimento de praticamente qualquer ativo no mercado financeiro, no fim, acaba sendo tudo sobre os juros dos Estados Unidos.
Não tem jeito, a taxa de juros na terra do Tio Sam é o principal preço do mundo e define para onde vão os grandes fluxos de dinheiro globais.
Mas por que ele é tão importante? E por que só agora as taxas dos títulos públicos norte-americanos subiram tanto já que os juros já estavam elevados?
A resposta está principalmente na surpreendente resiliência da economia dos EUA, que ainda é a maior do mundo e a grande referência para outros preços, de acordo com Luiz Parreiras, gestor de multimercados da Verde Asset, que participou do último episódio do Market Makers.
O gestor, que também é braço direito do lendário e fundador da Verde, Luis Stuhlberger, explicou que a economia americana surpreendeu investidores e mudou expectativas de que o país pudesse entrar em uma recessão econômica.
“A tal da recessão não apareceu e não só ela não apareceu como a economia americana nos últimos meses mostrou sinais de mais pujança do que todo mundo imaginava”, afirmou.
Ele também destaca que essa mudança de cenário foi se consolidando aos poucos e fez com que investidores tivessem que repensar modelos e previsões, o que não acontece tão rápido e acabou resultando na recente disparada das Treasurys (títulos públicos dos EUA).
Para escutar a conversa com o gestor da Verde na íntegra, basta dar play aqui:
As bolsas já precificam o novo cenário de juros?
A disparada das Treasurys (títulos públicos dos EUA) veio acompanhada de reações também entre as moedas, mercados acionários e diversos outros ativos.
Porém, para Parreiras, os mercados de juros corrigiram muito mais do que as bolsas de valores.
O gestor explica que o principal índice de ações do mundo, o norte-americano S&P 500, - que assim como os juros dos EUA são referência para outros índices - tem mostrado resiliência porque a lucratividade das empresas também está se mantendo forte.
Apesar do bom nível de lucros, Parreiras acredita que salvo um ou outro nome específico, as ações de empresas norte-americanas como o Google, Microsoft e Facebook, “não estão absurdamente caras”.
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Qual a estratégia da Verde neste cenário de juros?
Os juros dos EUA elevados estão fazendo com que a Verde coloque mais recursos em aplicações também de juros, em detrimento de investimentos em renda variável.
Uma dessas aplicações é na curva de juros brasileira.
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Porém, Parreiras lembra que o Brasil está em uma situação diferente da americana, com uma inflação que vem surpreendendo positivamente e um ciclo de queda da Selic. Por isso, apostam na queda da taxa de juros por aqui.
A Verde ainda está apostando em outros ativos, para saber mais sobre a estratégia e outros assuntos da conversa, veja na íntegra: