O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou de completar 100 dias e ao menos uma coisa é certa: o custo da tal picanha prometida pelo petista voltou a cair em março, depois da redução ocorrida em fevereiro. Os dados são do IPCA de março, compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto a inflação oficial do Brasil teve alta de 0,71% em março, abaixo do consenso de 0,77%, o grupo Alimentação e Bebidas saiu de um aumento de 0,16% em fevereiro para uma elevação de 0,05%.
Especificamente, os preços das carnes tiveram queda de 1,06% no terceiro mês do ano após uma queda de 1,22% em fevereiro. Em 2023, o acumulando pe de uma redução de 2,72%.
Entretanto, outros itens tiveram recuos mais acentuados:
- Batata-inglesa: -12,80%;
- Óleo de soja: -4,01%;
- Cebola: -7,23%;
- Tomate: -4,02%.
O grupo contribuiu com apenas 0,01 ponto porcentual para a taxa de 0,71% do IPCA do último mês. Essa desaceleração foi influenciada por uma queda no custo da alimentação no domicílio — que saiu de alta de 0,04% em fevereiro para uma queda de 0,14% em março.
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Efeito Lula? Entenda o que levou à queda de preços
André Almeida, analista do Sistema de Índices de Preços do IBGE, justificou que dois fatores principais causaram esse cenário.
O primeiro deles foi o aumento da oferta, decorrente da suspensão temporária de exportações do produto do Brasil para a China, por conta do registro de um caso de mal da vaca louca em um bovino no Pará.
Já o segundo tem a ver com a demanda — mais especificamente, por conta da sazonalidade da quaresma, quando há menor procura por carne bovina.
Ceia cara para os vegetarianos
Em contrapartida, houve aumentos em março na cenoura (28,58%) e no ovo de galinha (7,64%). "Nessa época, existe um aumento sazonal de demanda, por conta da quaresma, por ovos e pescados", apontou Almeida.
A alimentação fora do domicílio subiu 0,60% em março, depois da alta de 0,50% em fevereiro. O lanche aumentou 1,09% em março, e a refeição fora de casa ficou 0,41% mais cara.