Se existiu alguma bandeira branca entre o governo e o banco central, ela foi baixada nesta quinta-feira (04), quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teceram uma nova série de críticas sobre a taxa de juros.
O primeiro a falar foi Lula, que condenou a decisão de ontem do BC de manter a Selic em 13,75% ao ano.
"A Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] tem que tomar cuidado para falar de juros. É engraçado, ninguém pode falar de juros, como se um homem sozinho pudesse saber mais que a cabeça de 200 milhões de brasileiros", afirmou Lula, em referência ao presidente do BC, durante cerimônia de reinstalação do Conselhão, em meio a uma plateia formada por nomes do setor financeiro e produtivo do País.
Em resposta a Campos Neto, o petista disse ainda que o Conselho pode "até discutir juros se quiser".
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Depois de Lula, Haddad
Outro que não poupou o BC das críticas foi Haddad. O ministro da Fazenda se disse "bastante preocupado" com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, mesmo após a apresentação do arcabouço fiscal pela equipe econômica.
Ainda assim, Haddad garantiu que, de sua parte, jamais haverá pressão política sobre a autoridade.
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"Fiquei preocupado com decisão de ontem do nosso Copom, que mantém pela terceira vez a maior taxa de juros do mundo em economia que tem hoje uma das mais baixas taxa de inflação, sobretudo projetada no tempo", declarou o ministro, em participação no Conselhão, referindo-se às decisões do Copom durante o governo Lula.
"Ainda sim, vamos perseverar em harmonizar políticas monetária e fiscal, perseverar no diálogo com o Banco Central", assegurou.
De acordo com o ministro, para quem já seria possível ter promovido um relaxamento monetário na quarta-feira, a política de juros é de grande importância para a política fiscal e para a tomada de decisão dos empresários, que o assistiam da plateia.
*Com informações do Estadão Conteúdo