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O número do IPCA de julho que mantém a chance de um corte maior da Selic no radar do Banco Central

Montagem mostrando Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, vestido como Edward Mãos de Tesoura, numa alusão ao início do ciclo de corte de juros e da Selic pelo Copom

Juros grandes demais? Campos Neto Mãos de Tesoura pode cortar um dedo ou dois

O IPCA de julho subiu um pouco mais do que se esperava. Mesmo assim, a reação do mercado financeiro é positiva nesta sexta-feira (11).

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O Ibovespa abriu em alta, o dólar recua e as taxas dos juros projetados caem por toda a curva a termo. Também ganha força no mercado a percepção de que o Banco Central (BC) pode aprofundar o ritmo do ciclo de cortes na taxa Selic, iniciado em agosto.

Em um primeiro momento, a divulgação do número cheio causou alguma apreensão. Isso porque a inflação oficial veio no topo das projeções.

Recapitulando, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,12% na passagem de junho para julho e acelerou de 3,16% para 3,99% no acumulado em 12 meses.

A mediana da expectativa dos analistas era de alta de 0,6% na leitura mensal e de 3,93% na comparação com julho de 2022.

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O maior impacto veio do aumento do preço da gasolina, já esperado por causa da volta da cobrança do PIS/Cofins sobre os combustíveis.

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Por que então o mercado reagiu positivamente ao IPCA?

A abertura do dado rapidamente desfez qualquer má impressão inicial em relação ao IPCA de julho. Alguns dos componentes mais preocupantes do índice mostraram desaceleração.

O BC e o mercado financeiro como um todo estavam especialmente de olho na inflação dos serviços. E a alta desses preços desacelerou mais do que se esperava.

A inflação de serviços passou de 0,62% em junho para 0,25% em julho. Já a de serviços subjacentes caiu de 0,67% para 0,20% no mesmo intervalo.

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Analistas esperavam altas de 0,33% para o primeiro e de 0,31% para o segundo, de acordo com o serviço de notícias em tempo real Broadcast.

Foi o suficiente para animar o mercado.

“A inflação tanto de serviços quanto dos serviços subjacentes foi bastante baixa para o histórico do período, o que é uma boa notícia e melhora nossa perspectiva para a desinflação no segmento”, disse Rafael Costa, economista da BGC Liquidez.

IPCA de julho reforça apostas em corte de 75 pontos-base na taxa Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) realizou no início de agosto de 2023 seu primeiro corte na taxa básica de juro desde 2020.

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A taxa Selic encontrava-se em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. Com o corte, ela caiu para 13,25%.

Além de ter iniciado o ciclo de alívio nos juros com um corte mais acentuado do que se esperava, o Copom antecipou na ata de seu último encontro a intenção de promover uma nova redução de 50 pontos-base na taxa Selic em setembro.

No entanto, a manutenção está condicionada aos dados. E um dos principais focos de atenção do Copom tem sido justamente a inflação de serviços subjacentes.

Para Mirella Hirakawa, economista sênior da AZ Quest, a desaceleração dos preços dos serviços subjacentes mostra uma inflação mais benigna nos números de julho e reforça os argumentos de aceleração dos cortes, possivelmente já na próxima reunião.

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“Nosso cenário-base ainda é um corte de 50 pontos-base, mas estamos em processo de revisão”, afirmou ela.

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