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Haddad faz rescaldo da declaração de Lula sobre meta zero; Padilha também apaga as chamas com recado ao mercado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversa com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, durante cerimônia de instalação do Conselho da Federação, no Palácio do Planalto.

Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisou fazer o rescaldo do incêndio provocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira (27), quando disse que a meta fiscal de zerar o déficit público em 2024 dificilmente seria alcançada. 

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Haddad se reuniu com Lula na manhã desta segunda-feira (30) e concedeu uma coletiva depois do encontro. O ministro da Fazenda fez questão de enfatizar que a meta de déficit fiscal zero em 2024 está mantida. 

“A 'minha meta' está mantida para buscar equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que tenhamos um País melhor”, disse Haddad.

O ministro das Finanças, no entanto, evitou comentar a declaração de Lula. Ele reforçou que a situação é desafiadora e repetiu que a Fazenda levará medidas para o governo atingir as metas de primário. 

“É preciso validar as medidas a serem apresentadas com a política. As medidas estão sendo desenhadas”, disse Haddad.

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A polêmica declaração de Lula 

Apesar do reiterado compromisso de Haddad com o resultado fiscal equilibrado em 2024, Lula admitiu na última sexta-feira (27) que o governo “dificilmente chegará à meta zero”, até porque o chefe do Executivo “não quer fazer cortes em investimentos e obras”.

Na visão do presidente, um rombo de 0,5% ou 0,25% não é "nada". Ele reforçou que vai tomar a decisão "que seja melhor para o Brasil".

"Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país", disse Lula.

No fim de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso. A peça prevê superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 — 0% do Produto Interno Bruto (PIB) —, mas depende da arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas extras, entregues ao Parlamento junto com o Orçamento.

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Mais bombeiros em ação

Além de Haddad, outros bombeiros entraram em cena nesta segunda-feira (30) para apagar as chamas das declarações de Lula. 

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou a falta de sintonia entre a equipe econômica, liderada por Haddad, e o presidente — e mandou um recado ao mercado. Acompanhe a reação das bolsas às declarações.

Para Padilha, “quem especular que não há sintonia” entre o presidente e o ministro da Fazenda “vai perder dinheiro de novo”. 

A prioridade do governo até o final do ano, de acordo com Padilha, é aprovar projetos no Congresso que ampliem a arrecadação e tragam equilíbrio macroeconômico e que esse esforço não é enfraquecido pela fala de Lula. 

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Lula, afirmou Padilha, é contra projetos que tragam desequilíbrios na economia.

Sobre isso, Haddad disse na coletiva de hoje que o presidente pediu que Padilha convoque os líderes do Congresso para apresentar o cenário de medidas que podem ser antecipadas.

“Vou anunciar medidas quando estiverem validadas pelo presidente”, afirmou Haddad. “As vitórias que tivemos esse ano no Supremo Tribunal Federal foram expressivas, mas não resolvem problemas de decisões de 2017”, repetiu em referência à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins.

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