O Brasil é um gigante do agronegócio, dominando as exportações de milho desde 2023 e soja desde, pelo menos, a última década, para o mundo. Mas outro mercado, dominado pelos Estados Unidos — o do algodão —, está na mira dos exportadores brasileiros.
Quem domina o mercado de algodão é especificamente o estado do Texas, ao sul dos EUA. Entretanto, a liderança da maior região produtora está ameaçada pelo Brasil.
Isso porque a produção de algodão entre 2012 e 2013 do Brasil foi de 13,3 milhões de fardos, enquanto os EUA produziram 14 milhões de fardos no mesmo período, segundo o departamento de agricultura norte-americano (USDA, na sigla em inglês).
Os números de exportações também apresentam uma diferença pequena: são 11,3 milhões de fardos brasileiros contra 12,5 milhões dos norte-americanos no mesmo período.
Algodão do El Niño
De acordo com o vice-presidente do Price Futures Group, Jack Scoville, a qualidade do algodão norte-americano piorou devido a fortes secas na região, causadas principalmente pelo fenômeno climático do El Niño.
Assim, estima-se que cerca de 40% da área produtora tenha sido afetada pela seca. Apenas 11% da safra de algodão do estado foi classificada como boa ou excelente, segundo o USDA.
Por outro lado, as chuvas regulares fazem o algodão brasileiro ter uma melhor qualidade. Buddy Allen, presidente da American Cotton Shippers Association, afirma que o Brasil é o “mais formidável competidor”, com uma diferença na produção de menos de um milhão de fardos dos Estados Unidos.
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Vantagem do Brasil
Dessa forma, é esperado que o Brasil continue a crescer na exportação da commodity nos próximos anos. Em julho deste ano, os preços do milho chegaram a cair mais de 35% em relação ao mesmo período de 2022, o que pode influenciar um movimento de mudança da colheita para algodão.
Além disso, as margens do algodão são muito melhores no Brasil em comparação com a dos agricultores dos EUA, de acordo com os preços desta segunda-feira (11).
Os preços do algodão, negociados nos Estados Unidos com o ticker CTZ3, fecharam o pregão por lá com avanço de 2,29%, cotados a US$ 87,88 por libra. Já os preços do milho fecharam em alta de 0,39%, a US$ 485,88 por alqueire. Os dados são do Investing.com.
*Com informações da Bloomberg