O Brasil participa da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com a maior comitiva da sua história: 3 mil pessoas, entre representantes da sociedade civil, de empresas privadas, do Congresso, de governos estaduais e do federal — uma representação do protagonismo que o País quer exercer nas discussões sobre o meio ambiente.
Só que mais do que uma grande caravana, o governo brasileiro leva na bagagem um trunfo: a redução do desmatamento na Amazônia de 22,3% — a maior queda em uma década.
Com esse número, o Brasil espera convencer o mundo de que é uma liderança no combate às mudanças climáticas.
Só que o País esbarra no aumento do desmatamento do Cerrado, nos incêndios no Pantanal e na defesa da exploração de Petróleo na Margem Equatorial Brasileira.
Brasil, um exemplo a ser seguido
Ao discursar em Dubai, nesta sexta-feira (1), o presidente Luís Inácio Lula da Silva enfatizou que o Brasil “está disposto a liderar pelo exemplo” e citou medidas adotadas pelo país, como a meta de zerar a destruição da floresta até 2030.
“Vamos trabalhar de forma construtiva, com todos os países, para pavimentar o caminho entre esta COP28 e a COP30, que sediaremos no coração da Amazônia”, afirmou.
A COP30 ocorre em 2025, novamente em Belém.
Entre as medidas que o governo apresenta hoje na COP28, em Dubai, está a de remunerar a proteção das florestas para que o mundo pague os países que mantém as florestas em pé.
Outra vitrine do país na COP28 é o plano de transformação ecológica, que traz medidas para finanças sustentáveis, transição energética, bioeconomia e de infraestrutura e adaptação à mudança do clima.
O governo ainda mostra o recém lançado programa para recuperação de pastagens degradadas, com previsão de recuperar 40 milhões de hectares de pastagem em até 15 anos, além de ter destacado a retomada e ampliação do Fundo Amazônia e do Fundo Clima.
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O Brasil e os 6 eixos
O Brasil apresentou um plano climático estruturado em seis eixos: financiamento sustentável, desenvolvimento tecnológico, bioeconomia, transição energética, economia circular e infraestrutura e adaptação às mudanças do clima.
Entre as medidas, estão o mercado regulado de carbono, a criação de núcleos de inovação tecnológica nas universidades, a ampliação de áreas de concessões florestais, a eletrificação de frotas de ônibus, o estímulo à reciclagem e obras públicas para reduzir riscos de desastres naturais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o plano, além de ser uma plataforma para investimentos sustentáveis no Brasil, é uma proposta do Sul Global por uma nova globalização.
"Uma globalização que seja ambientalmente sustentável e socialmente inclusiva com reformulação dos fluxos financeiros globais, passando pela afirmação do Sul como centro da economia verde”, disse.
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Quanto isso vai custar?
Haddad citou estudos que indicam que o Brasil precisa, para transformação ecológica, de US$ 130 a US$ 160 bilhões de investimentos anuais nos próximos 10 anos, principalmente em infraestrutura.
“A boa notícia é que temos um histórico de capacidade de mobilização de investimentos e de criação de infraestrutura sustentáveis. Se hoje somos um gigante das energias renováveis é graças aos investimentos públicos”, afirmou Haddad, citando os investimentos nas hidrelétricas e na indústria do etanol.
Presente da cerimônia, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que é preciso juntar economia com ecologia para enfrentar as mudanças climáticas.
“Nós já temos a tecnologia para isso, já temos boa parte da resposta técnica e agora nós estamos juntando resposta técnica com compromisso ético e político do presidente Lula de liderar pelo exemplo”, afirmou.
*Com informações da Agência Brasil