Maio pareceu um mês sem fim, especialmente para os investidores em criptomoedas. O mercado permaneceu lateralizado boa parte do tempo e o bitcoin (BTC) perdeu cerca de 7% no período — garantindo a lanterna do campeonato no ranking de melhores investimentos.
Os sinais — isto é, dados on-chain — de que o mercado deve continuar sem muitas novidades também permanecem os mesmos. Há ainda analistas que acreditam que o BTC possa chegar a US$ 25 mil, o que representa uma queda de mais 7%.
No entanto, uma onomatopeia específica voltou a fazer parte do dia a dia dos participantes do mercado: é o “brrrrrr”, o barulho da “máquina de imprimir dinheiro” dos Estados Unidos.
Explico: a Câmara dos Representantes norte-americana aprovou o aumento do teto da dívida do país na noite de ontem (31). Isso significa que os EUA estão cada vez mais distantes de dar um calote nas contas públicas.
Porém, a injeção de dinheiro na economia norte-americana tende a impulsionar as cotações de ativos de risco, o que já aconteceu em um passado recente com o bitcoin.
Veja as cotações das maiores criptomoedas do mundo hoje:
| # | Name | Price | 24h % | 7d % | YTD % |
| 1 | Bitcoin (BTC) | US$ 26.882,34 | -0,84% | 2,40% | 61,73% |
| 2 | Ethereum (ETH) | US$ 1.860,68 | -0,31% | 4,21% | 54,95% |
| 3 | Tether (USDT) | US$ 1,00 | -0,02% | 0,01% | 0,04% |
| 4 | BNB (BNB) | US$ 304,70 | -0,74% | -0,17% | 24,82% |
| 5 | USD Coin (USDC) | US$ 0,9999 | 0,00% | 0,00% | 0,01% |
| 6 | XRP (XRP) | US$ 0,5052 | -1,23% | 12,03% | 49,16% |
| 7 | Cardano (ADA) | US$ 0,3637 | -2,76% | 1,76% | 45,68% |
| 8 | Dogecoin (DOGE) | US$ 0,07182 | 0,64% | 2,01% | 2,29% |
| 9 | Polygon (MATIC) | US$ 0,8943 | 0,71% | 1,49% | 17,70% |
| 10 | Solana (SOL) | US$ 20,70 | 0,23% | 6,99% | 107,25% |
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Bitcoin x Teto da dívida
O acordo entre o republicano Kevin McCarthy, presidente da Câmara, e o democrata Joe Biden, chefe da Casa Branca, foi costurado às pressas no fim de semana. Entenda a proposta aqui em seis pontos.
Esse aumento do teto da dívida permitirá que o governo honre suas contas mas também eleva os gastos públicos. Um cenário parecido aconteceu durante a pandemia, quando os EUA precisaram injetar liquidez na economia para evitar um colapso total.
Deixando de lado análises mais profundas, o fato é que, quanto mais dinheiro em circulação, mais as criptomoedas tendem a se valorizar.
Na ponta do lápis: o que isso representa
Em março de 2020, a covid-19 foi caracterizada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Um ano depois, o BTC registrava uma valorização de 530%, saindo de US$ 8 mil para US$ 54.800, no mesmo mês de 2021.
Os analistas estão otimistas de que o movimento possa se repetir agora que o teto da dívida foi expandido. As expectativas giram em torno de US$ 30 mil a US$ 35 mil para o novo ciclo de altas, o que representa um avanço de cerca de 12% a 30,5%.
É claro que os efeitos podem não ser tão pujantes como os do passado, tendo em vista que o setor é altamente volátil e adquiriu dinâmicas diferentes ao longo dos últimos anos.
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Jerome Powell pode estragar a festa do bitcoin
Vale ressaltar que nem tudo são flores para o mercado de criptomoedas. O bitcoin pode encontrar uma pedra nesse caminho, e ela se chama Federal Reserve (ou Fed, o Banco Central dos Estados Unidos).
Assim como a injeção de dinheiro garantiu a disparada de ativos de risco, a inflação também acompanhou esse ritmo e galopou para o maior nível desde 1980.
Esse cenário exigiu uma ação do BC dos EUA, que elevou os juros para a faixa entre 5,00% e 5,25% ao ano — considerada alta para os padrões de uma economia do porte da dos Estados Unidos.
Ou seja, Jerome Powell, presidente do Fed, pode não gostar dessa gastança e manter ou intensificar o aperto monetário — o que, consequentemente, pode pressionar ainda mais as cotações do BTC.