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Rodolfo Amstalden: commodities e bolsa — ou quando o problema é a solução, e vice-versa

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Quando me formei na faculdade, recebi um diploma de Bacharel em Ciências Econômicas. Fiquei olhando para aquele pedaço de papel, lembrando de toda a transpiração para chegar até ali, e ao mesmo tempo indagando, com desconfiança: isso significa que eu sou um cientista?

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Comparada com os rígidos preceitos metodológicos da Química, da Física ou da Biologia, resta para a Economia um estranho rótulo de "dismal science". A expressão caracteriza uma ciência miserável, cujos achados são voláteis e cujas melhores recomendações provocam rompantes de impopularidade social.

Lembro-me de um professor, explicando o modelo Cobweb, dizer à classe: "em Economia, frequentemente a solução é o problema, e o problema é a solução".

No momento, deparamo-nos com a desaceleração da China, junto a algum tipo de aterrissagem incógnita para as economias europeia e americana. As commodities caem, o Ibovespa sofre com isso.

Mas o problema maior não era justamente a inflação? 

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Com essa queda das commodities, engatamos um movimento — intenso e disseminado — de desinflação global. Ganhamos um novo problema, mas também uma velha solução.

Conforme dito no início da temporada atual do Masterplan, era tempo de reduzir a alocação em commodities e olhar com mais carinho para os cíclicos domésticos.

(Hoje mesmo, publicamos uma nova recomendação no Palavra do Estrategista feita sob medida para aproveitar uma derivada desta tendência).

Daqui a pouco, os juros vão começar a cair, beneficiando diretamente os setores cíclicos, e até mesmo as commodities voltarão a subir um pouco. Então teremos que escolher um novo problema para ocupar nossas mentes inquietas e miseráveis, mas nada científicas.

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