A onda de inadimplência de títulos de dívida que assustou os investidores não atingiu apenas os fundos imobiliários, mas se estendeu para o interior de país e afetou também os portfólios de Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros).
E, assim como os FIIs conseguiram algum alívio do problema com renegociações e decisões judiciais favoráveis à execução de garantias dos ativos, os Fiagros agora trazem boas notícias aos cotistas no front dos calotes.
A Usina Açucareira Ester, que é a devedora de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) presentes no portfólio dos fundos XP Crédito Agro (XPAG11) e XP Crédito Agrícola (XPCA11), fechou um acordo de renegociação de dívidas que tem sido cumprido até o momento.
Segundo um comunicado enviado ao mercado pela XP, gestora dos dois ativos,, a companhia — que está em recuperação judicial desde maio — acertou com a Virgo, emissora dos CRAs, uma repactuação das dívidas com redução da exposição. Ou seja, a companhia quitou uma parte do saldo devedor, mas o valor não foi divulgado pelos fundos.
Os Fiagros não deram detalhes sobre o processo de negociação, mas acrescentaram que as garantias dos títulos foram mantidas e sua execução será suspensa até a liquidação integral da dívida pela Usina Ester.
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Qual é a exposição dos Fiagros à Usina Ester?
Vale destacar que o XPAG11 detém cerca de R$ 23,7 milhões de um CRA do qual a usina é devedora. Já o XPCA11 está menos exposto ao problema: são R$ 5 milhões investidos no CRA, com peso de 1,16% no PL.
O acordo incluiu ainda a liberação parcial do arresto — apreensão de bens feita para assegurar uma futura execução judicial. O desbloqueio foi feito de maneira proporcional ao valor amortizado pela empresa.
"A gestão continuará adotando todas as medidas necessárias para garantir o pagamento integral do crédito e conta com uma área especializada nesse tipo de trabalho", destaca o comunicado.