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Tok&Stok dá calote em aluguel e derruba cotas de fundo imobiliário (FII) na B3; entenda a situação da varejista

Montagem com o Senhor Barriga, personagem do Chaves, cobrando o aluguel de uma loja da Tok&Stok

Tradicional varejista de móveis e decoração, a Tok&Stok surgia até pouco tempo como uma das possíveis candidatas a abrir o capital na B3. Mas agora a empresa virou assunto na bolsa por outro motivo: o calote no pagamento do aluguel para o fundo imobiliário Vinci Logística (VILG11).

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A Tok&Stok loca um galpão do FII localizado em Extrema, Minas Gerais, e não depositou o pagamento referente ao uso do empreendimento em janeiro, com vencimento neste mês.

O fundo não revelou qual é a soma devida, mas explicou, em comunicado enviado ao mercado, que o aluguel do imóvel corresponde a cerca de 14% de suas receitas totais.

O percentual representa a maior concentração de receita do portfólio de locatários e cerca de 11% da Área Bruta Locável (ABL) do VILG11.

O FII destaca que, além da ação de despejo, tem outras alternativas para lidar com o calote. O seguro fiança presente no contrato de locação é uma delas e possui uma cobertura equivalente a 12 aluguéis vigentes.

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Além disso, a Tok&Stok também pode optar por pagar o aluguel e a multa por atraso para a manutenção do contrato. Procurada para comentar o andamento das negociações, a Vinci Partners, gestora do FII, afirmou que não irá comentar o assunto.

Seja como for, a notícia do calote derruba as cotas do VILG11 hoje na B3. Por volta das 13h20, o fundo era negociado em queda de 3,06%, a R$ 87,99.

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Tok&Stok vai fazer reestruturação financeira

O calote no aluguel do VILG11 não é o primeiro indício de que a varejista de móveis fundada em 1978 enfrenta dificuldades financeiras.

Segundo informações d’O Globo, a companhia contratou recentemente a Alvarez & Marsal (A&M) para uma reestruturação financeira.

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Vale relembrar que não faz muito tempo que a companhia considerou uma abertura de capital e chegou a divulgar o prospecto para uma oferta pública de ações (IPO) em 2020. 

Na época, a empresa estava em um ciclo de expansão iniciado em 2012 com um aporte do The Carlyle Group — multinacional americana de investimentos — e possuía 59 lojas físicas e uma plataforma de e-commerce responsável por 24% de suas vendas.

Mas a piora no cenário para o mercado de capitais e a crise entre as empresas do segmento atrapalharam os planos de IPO. Uma das maiores concorrentes da Tok&Stok, a Etna, encerrou as atividades comerciais há pouco menos de um ano.

A Alvarez & Marsal é um dos principais nomes do ramo de gestão e reestruturação de empresas e trabalha no caso Americanas — a companhia entrou em recuperação judicial após a descoberta de um rombo contábil bilionário em seus balanços. Aliás, o novo CEO da Americanas, anunciado na noite de ontem, foi sócio da consultoria.

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Não conseguimos contato com a assessoria de imprensa da Tok&Stok, mas o espaço segue aberto e a matéria será atualizada caso o Seu Dinheiro receba um posicionamento da empresa.

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