Com mais de quatro meses faltando para o fim de 2023, a maioria das pessoas ainda não pensa nos planos para o próximo ano. Mas o calendário do mercado de capitais funciona de uma forma diferente, ao menos quando se trata das ações da Direcional (DIRR3).
O Santander atualizou suas estimativas para a companhia nesta segunda-feira (21), reiterando a recomendação de compra, e revelou qual será seu preço-alvo para as ações em 2024: R$ 31.
A cifra representa um potencial de alta de cerca de 44,8% para as ações, que são as favoritas do banco dentro da cobertura de construtoras e incorporadoras da B3.
Um dos motivos para o percentual elevado é que a revisão de estimativas do Santander incorporou as mudanças no Minha Casa Minha Vida (MCMV) anunciadas em junho. As novidades incluem subsídios maiores, juros menores e imóveis mais caros dentro das regras do programa.
Os analistas também consideram a recente oferta de ações na qual a companhia captou R$ 429 milhões e os resultados do primeiro e segundo trimestre deste ano nos novos cálculos.
Expansão na faixa de preços aumenta exposição da Direcional ao MCMV
Para o Santander, um dos principais fatores que justificam o favoritismo das ações da Direcional é o incremento na exposição da incorporadora ao MCMV.
Com a mudança no teto para o preço dos imóveis na faixa de renda mais elevada do programa habitacional, cerca de 93% do inventário da empresa agora está enquadrado dentro do limite de R$ 350 mil — contra 60% anteriormente.
A exposição da Riva — incorporadora da Direcional voltada para a média renda — também deve subir, saindo de 10% para 60%. Com isso, os analistas apostam que a maioria dos clientes “ex-faixa 4” da empresa se beneficiarão de taxas de financiamento mais baixas.
“Estimamos que a companhia pode direcionar 15% de seus lançamentos para famílias com renda de até 2,6 mil por mês e se beneficiar do Regime Especial de Tributação (RET) para unidades vendidas a esse público”, citam.
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Rentabilidade da incorporadora deve crescer, aponta Santander
Além das mudanças no MCMV, outros dois fatores sustentam a tese de investimentos na Direcional, de acordo com o Santander.
O primeiro é o valuation das ações que, apesar de já terem subido 36,9% neste ano, seguem negociando em patamares atrativos na visão do banco.
O segundo é o “robusto” potencial de expansão da rentabilidade da companhia. Os analistas estimam que o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) pode chegar a 24% em 2024, contra 15% no ano passado.
O banco projeta ainda um aumento de 20% nos lançamentos e vendas do próximo ano e receita líquida 12% maior em 2025. Para refletir o “ambiente benigno de custos” e o “forte potencial para aumento de preços”, os analistas também subiram em 250 pontos-base a estimativa para a margem bruta da Direcional.