O rublo iniciou uma trajetória de queda mais acentuada desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro do ano passado, renovando mínimas constantemente em relação ao dólar. Nesta segunda-feira (14), a moeda russa atingiu a menor cotação em 17 meses ante a divisa norte-americana.
Mais cedo, o dólar ganhou força e ultrapassou a barreira dos 100 rublos. Quando a cotação chegou a 101 rublos por dólar, o banco central resolveu agir.
A autoridade monetária se viu obrigada a convocar uma reunião extraordinária para amanhã (12) para discutir a taxa de juros do país — atualmente em 8,50% ao ano.
No ano, a situação do rublo em relação ao dólar também não é das melhores. A moeda russa amarga uma queda de mais de 30% ante a moeda norte-americana. No mês, essa desvalorização é de quase 10%.
O gráfico abaixo mostra a valorização do dólar em relação ao rublo na última semana:
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O vilão da queda do rublo
O assessor econômico do presidente russo, Vladimir Putin, culpou hoje a política monetária frouxa pela rápida depreciação do rublo.
Maxim Oreshkin disse à agência de notícias estatal russa Tass que a desvalorização da moeda e a aceleração da inflação se devem principalmente a uma “política monetária frouxa”.
Segundo o assessor de Putin, o banco central tem “todas as ferramentas necessárias para normalizar a situação em futuro próximo”.
“Um rublo fraco complica a reestruturação da economia e afeta negativamente a renda real da população. O interesse da economia russa é um rublo forte”, disse Oreshkin.
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O BC vai abrir o paraquedas?
Na quinta-feira (10), o banco central russo suspendeu as compras de moeda estrangeira pelo resto do ano em uma tentativa de fortalecer o rublo.
O movimento está alimentando temores de aceleração da inflação em um momento no qual a Rússia tenta transformar sua economia diante do isolamento crescente e das sanções punitivas do Ocidente por conta da invasão da Ucrânia.
No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da Rússia superou as expectativas ao crescer 4,9% em base anual, recuperando-se de uma contração de 1,8% no primeiro trimestre.
“O principal risco para a economia russa é se o governo mantiver a política fiscal frouxa para apoiar o esforço de guerra, o que faria com que as vulnerabilidades econômicas da Rússia piorem ainda mais”, disse o economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson.
*Com informações da CNBC