Nos últimos meses, o petróleo tem operado bastante volátil. Os cortes voluntários na produção da commodity pela Rússia e Arábia Saudita e a guerra no Oriente Médio, entre Israel e o grupo extremista Hamas, estão entre as causas que levaram a commodity a operar acima dos US$ 90.
Mas, nesta quinta-feira (16), o cenário é outro — e de forte queda. Os contratos mais líquidos do petróleo tipo Brent, que são referência mundial, operam em baixa superior a 5%, com o barril negociado próximo a US$ 77.
A desvalorização da principal commodity do mundo é resultado da retomada das preocupações com a demanda — com o aumento dos estoques de petróleo nos Estados Unidos de um lado e a desaceleração da produção do óleo na China, do outro.
Os estoques do petróleo bruto na terra do Tio Sam aumentaram em 3,6 milhões de barris na semana passada, e a produção se manteve estável, mas em nível recorde, em 13,2 milhões de barris por dia (bpd).
Já na China, o refino do óleo bruto desacelerou 2,8% em outubro, a 15,1 milhões de barris por dia — o que, na visão de especialistas, dá sinais de redução da procura pela commodity na segunda maior economia do mundo.
Em contrapartida, a produção industrial chinesa registrou um aumento anualizado de 4,6% em outubro, superando os 4,5% de setembro e as estimativas de 4,3%.
Vale ressaltar que, somado a isso, a Rússia e a Arábia Saudita reafirmaram, no início do mês, que devem seguir a política de corte voluntário da oferta de petróleo até o fim do ano. Juntos, os países devem reduzir a produção de cerca de 1,3 milhão de barris por dia.
Por fim, o encontro entre os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Joe Biden, também é acompanhado com atenção pelos mercados internacionais.
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Petroleiras despencam na B3
Com queda de 5% do petróleo Brent, as companhias do setor amargam perdas na bolsa de valores brasileira — e ignoram o apetite ao risco local. Acompanhe a cobertura de mercados.
Por volta das 16h (horário de Brasília), enquanto o Ibovespa operava aos 124 mil pontos, com alta acima de 1%, três petroleiras apareciam entre as cinco maiores baixas do pregão: Prio (PRIO3) liderando as perdas, com queda de 3,98%, a R$ 45,12.
3R Petroleum (RRRP3) aparece logo em seguida, com recuo de 2,86%, a R$ 31,60.
Por sua vez, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4), mais líquidos e que possuem prioridade na distribuição de dividendos, caíam 1,55%, a R$ 35,62 na B3. Já as ações ordinárias (PETR3) registravam baixa de 2,14%, a R$ 37,88.
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Prio (PRIO3): a queda além do petróleo
Na tarde desta quinta-feira (16), a petroleira júnior Prio (PRIO3) anunciou o pagamento referente à conclusão da alienação de 10% de participação do Campo de Manati.
O valor total de operação foi de R$ 124 milhões para a Gas Bride Storage, em duas modalidades: R$ 24,8 milhões pagos após a assinatura do contrato e, hoje, o restante com ajustes — R$ 85,7 milhões.
Segundo a companhia, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi comunicada sobre a conclusão do negócio.