Após um desempenho para lá de amargo do Ibovespa em agosto, a bolsa brasileira deve retomar a trajetória de alta e alcançar o patamar de até 140 mil pontos em 2024. Essa é a visão de grandes investidores, segundo uma pesquisa do Bank of America (BofA).
O levantamento entrevistou 31 gestores de fundos com mais de US$ 80 bilhões (R$ 397 bilhões) em ativos sob administração na América Latina.
Segundo o estudo, que o BofA realiza com frequência, a maioria dos investidores projeta um avanço de 18% do Ibovespa — o principal índice de ações da B3 — até o fim do ano que vem, para um intervalo entre os 130 mil e 140 mil pontos.
Uma parcela menor, de pouco mais de 5% dos participantes, acredita que o principal índice acionário da B3 pode atingir a faixa dos 150 mil pontos.
Há ainda quem enxergue um cenário mais conservador. De acordo com o BofA, menos de 5% dos gestores projetam o Ibovespa entre 95 mil e 110 mil pontos no fim do próximo ano.
As oportunidades e riscos no Ibovespa
Já dentro da bolsa brasileira, os gestores acreditam que ações de alta qualidade, crescimento e valor são as estratégias que devem ter melhor desempenho nos próximos seis meses.
Enquanto isso, em uma análise dos setores do Ibovespa, os economistas estão principalmente otimistas com os segmentos de finanças e energia.
Porém, apesar das projeções mais positivas, os gestores de fundos enxergam riscos às estimativas.
Entre as principais questões que ameaçam o desempenho da bolsa brasileira e de outros mercados da América Latina, estão as altas das taxas de juros nos Estados Unidos.
Além da política monetária norte-americana, a pesquisa destaca as preocupações com a China e o setor de commodities, o temor de recessão nos EUA e o fortalecimento do dólar.
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Além da bolsa brasileira
Para além das estimativas para o Ibovespa, os gestores ainda projetam que o dólar permaneça estável entre R$ 4,81 e R$ 5,10 até dezembro de 2024.
Já em relação ao crescimento da economia brasileira, o levantamento do BofA mostra que a maioria dos economistas espera um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) do país entre 2% e 3% em 2023.
Enquanto isso, para o ano que vem, os gestores projetam um crescimento do PIB entre 1% e 2%.
Os economistas ainda revelaram as projeções para a taxa básica de juros (Selic). Na visão dos gestores, a Selic deve chegar ao fim do ciclo de “desaperto monetário” em uma faixa de 8,5% a 9,25% ao ano.