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Magazine Luiza (MGLU3) puxa perdas do Ibovespa e já acumula queda de mais de 20% em 30 dias; Sabesp (SBSP3) sobe

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Juros altos e ações de varejo são uma combinação que costuma dar errado. E a perspectiva de que o alívio na Selic seja um pouco mais lento do que o esperado pesa sobre o setor hoje na B3 — e em particular sobre o Magazine Luiza (MGLU3).

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De modo geral, as bolsas no Brasil e no exterior reagem com cautela nesta quinta-feira (21) às decisões sobre juros aqui e nos Estados Unidos.

Lá fora, os investidores repercutem a perspectiva de que os juros em níveis altos nos EUA e na Europa devem permanecer por um longo período. 

Ontem (20), o banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed), manteve a taxa de referência no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano. Por aqui, o Copom seguiu com o ritmo de corte em 0,50 pontos percentuais na taxa Selic, agora a 12,75% ao ano. 

Nesta quinta-feira (21), foi a vez do Banco Central da Inglaterra (BoE) manter o juros em 5,25% ao ano. 

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Em linhas gerais, os juros em níveis mais altos por mais tempo limitam o acesso ao crédito, e consequentemente, reduzem os investimentos – inclusive nas bolsas de valores. O dólar, por sua vez, avança por ser considerado um dos ativos de proteção ao risco. 

No Ibovespa, a aversão ao risco pressiona as companhias mais sensíveis aos juros, como o setor de varejo. Logo, não é à toa que Magazine Luiza (MGLU3) opera entre as maiores quedas do índice. 

Confira as maiores quedas do setor de varejo hoje: 

CÓDIGONOMEULTVAR
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 2,36-6,35%
SOMA3Grupo Soma ONR$ 6,89-5,62%
LREN3Lojas Renner ONR$ 13,95-4,84%
ARZZ3Arezzo ONR$ 66,19-3,85%
ALPA4Alpargatas PNR$ 8,09-3,58%
PETZ3Petz ONR$ 5,13-3,57%
Fonte: B3; 21/09/2023 às 14h (horário de Brasília)

Varejo em queda

As ações de varejo são consideradas pelo mercado como ativos cíclicos, ou seja, ligados à atividade econômica e, consequentemente, mais voláteis. 

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E, dessa vez, apesar de um novo corte na taxa Selic — o que reduz a pressão sobre as empresas do setor de consumo e mais sensíveis à oferta de crédito —, a cautela dos investidores ganha maior destaque no cenário doméstico e impulsiona a alta da curva de juros — empurrando a cotação das varejistas segue o sentido contrário.

Com a queda de hoje, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) acumulam queda de mais de 20% apenas nos últimos 30 dias.

Trata-se do terceiro pior desempenho entre os papéis que fazem parte do Ibovespa, à frente apenas de Pão de Açúcar (PCAR3), que cai 55%, e Casas Bahia (BHIA3), que acumula uma perda de 57% no período. 

Confira o comportamento da curva de juros nesta quinta-feira (21):

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CÓDIGONOMEULT ABE FEC 
DI1F24DI Jan/2412,25%12,26%12,26%
DI1F25DI Jan/2510,56%10,56%10,53%
DI1F26DI Jan/2610,29%10,28%10,24%
DI1F27DI Jan/2710,55%10,51%10,48%
DI1F28DI Jan/2810,87%10,80%10,80%
DI1F29DI Jan/2911,09%11,03%10,99%
Fonte: B3

Vale lembrar que os juros futuros (DIs) são negociados em bolsa na forma de contratos e consistem nas apostas do mercado para a trajetória da Selic.

A hora dos ativos “defensivos”

Por outro lado, em dias de cautela, os papéis “mais conservadores” e que pagam bons dividendos ganham fôlego, como é o caso das companhias elétricas. 

Copel (CPLE6), por exemplo, opera entre as maiores altas do Ibovespa. Além de pertencer a um setor mais defensivo, os papéis da companhia são impulsionados após o conselho aprovar a contratação de assessoria para desinvestimento na Companhia Paranaense de Gás (Compagas). 

Contudo, quem lidera os ganhos do pregão é a Sabesp (SBSP3). Com o processo de privatização em vista, os investidores recuperam as perdas recentes após um imbróglio entre a companhia e a prefeitura de São Paulo na véspera – mas que, na visão de analistas, não inviabiliza a desestatização da companhia. 

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Ontem (20), o prefeito da capital, Ricardo Nunes, apresentou ao governo do Estado de São Paulo algumas condições para apoiar a privatização da Sabesp. Entre eles, a perspectiva de redução na tarifa do consumidor e ampliação e antecipação de investimentos.

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