O dólar à vista vem tentando emplacar uma semana de forte alívio — e, até o momento, tem sido bem sucedido na missão, com a cotação voltando ao patamar dos R$ 4,80.
Nesta quinta-feira (13), a moeda americana tem mais um dia de forte queda, levando a divisa a ser negociada nos menores níveis em mais de um ano — em 2023, a queda é de mais de 7%, com quase todo esse movimento vindo apenas em abril.
O apetite por risco renovado é fácil de entender. Nos Estados Unidos, há sinais de desaceleração da inflação e dados mais agradáveis com relação ao mercado de trabalho. No Brasil, o cenário doméstico parece ter dado o impulso necessário para o movimento.
O alívio na cotação do dólar frente ao real se iniciou com a boa aceitação do mercado com relação ao arcabouço fiscal — uma vez que os planos do governo para conter uma futura elevação das contas públicas foi visto como crível pela maior parte dos agentes econômicos.
Apesar das incertezas que ainda cercam o texto original e a forma como a pauta tramitará no Congresso, as expectativas são positivas, levando a uma maior busca por risco por parte dos investidores — ou seja: é hora de um desmonte das posições mais defensivas que pressionaram a valorização da moeda americana.
Nesta semana, é a inflação que surge como principal componente de alívio para o câmbio. Isso porque o IPCA abaixo do esperado renova as expectativas de que o Banco Central tenha espaço para cortar juros em breve.
Se por um lado a queda da Selic limita os investimentos de estrangeiros que buscam um maior diferencial de juros, por outro, a redução do risco leva a uma atratividade maior dos ativos locais, favorecendo a entrada de investimentos internacionais.
O investidor local também faz a sua parte. Com juros mais baixos e ativos de riscos mais atrativos, a busca por proteção no dólar reduz, levando um alívio ao câmbio. Confira o andamento do mercado hoje.