No universo automobilístico, o rali costuma ter trechos e duração demarcados, com um início e término definidos para a competição. Na bolsa de valores, porém, os ralis de ações não tem hora para começar ou acabar, podendo durar apenas dias ou prolongarem-se por meses e anos.
A XP acredita que esse último cenário será o caso do rali da construtora Moura Dubeux (MDNE3).
Os papéis da companhia já acumulam alta de mais de 87% neste ano, mas a corretora prevê que eles chegarão ainda mais longe em 2024.
Os analistas iniciaram nesta quinta-feira (14) a cobertura das ações com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 16,50 por ação para o final do próximo ano. A cifra implica em um potencial de alta de 53% ante à cotação atual.
Por que as ações da Moura Dubeux são as joias do Nordeste?
A corretora afirma que sua visão positiva sobre as ações da Moura Dubeux estão baseadas em três fatores principais.
O primeiro deles é a posição dominante da companhia, que é líder de mercado na região Nordeste com um share de 20%.
Os analistas explicam que a construtora “provavelmente” manterá esse domínio pois tem um sólido pipeline de lançamentos e uma significativa falta de concorrência.
Vale relembrar que grandes players do Sudeste — como PDG, Cyrela e Helbor — deixaram a região nos últimos anos com a piora nas condições de mercado, abrindo caminho para a consolidação da Moura Dubeux, que atua em sete dos nove estados do Nordeste.
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Perspectivas de margens sólidas e ações baratas
Outro elemento que atrai a XP é a perspectiva de margens brutas sólidas na comparação com a concorrência. A corretora estima que o indicador chegue a 34,9% na companhia em 2024, contra uma média de 31,8% dos pares.
Esse resultado superior só deve ser possível graças à combinação do controle de custos com a margem bruta atrativa proveniente do modelo de negócios de condomínios que é adotado pela empresa.
Além disso, os analistas apontam que a Moura Dubeux é o “nome mais barato” na cobertura do setor: “Vemos os sólidos retornos da Moura Dubeux e o crescimento consistente posicionando a empresa como um ativo de qualidade, embora não precificado de acordo.”
Por isso, a corretora acredita que há espaço para a valorização de 53% no próximo ano, mas destaca que há riscos para a tese. Os principais são:
- Taxas de financiamento imobiliário e disponibilidade de financiamento;
- Concorrência mais acirrada do que o esperado no Nordeste;
- Inflação de custos de construção maior do que o esperado;
- Riscos de execução devido ao aumento de canteiros de obras;
- Baixa liquidez das ações, com uma média diária negociada de R$ 4 milhões.