O último debate entre os candidatos à presidência da República foi marcado pela troca de acusações, xingamentos e de direitos de resposta entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Mas a participação do Padre Kelmon (PTB) merece um capítulo à parte.
Depois de Soraya Thronicke (União Brasil) errar o nome do adversário ao chamá-lo de “Padre Kelvin”, “Padre Kelson” e “candidato padre”, Lula chamou Kelmon de “candidato laranja”.
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O padre alfinetou o petista trazendo à tona os casos de corrupção nos governos do PT.
“Você está desinformado”, disse Lula ao argumentar que as denúncias contra ele foram farsas montadas pelo Ministério Público e pelo ex-juiz Sergio Moro, que deixou o Judiciário para ser ministro de Bolsonaro e agora concorre a uma vaga ao Senado pelo Paraná.
O petista destacou que suas condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a parcialidade de Moro. "Quando quiser falar de corrupção, olhe para outro e não para mim", afirmou Lula.
Já Kelmon disse que o petista "mente, é cínico e irresponsável".
Após o atrito, Lula disse que voltará a ser presidente porque os brasileiros estão "cansados de gente mentirosa".
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Além de entrar em atrito com outros candidatos — com exceção de Jair Bolsonaro —, Kelmon desrespeitou as regras do debate ao interromper as respostas dos adversários. O comportamento acabou irritando o jornalista William Bonner, apresentador do debate, que chamou a atenção do candidato. Veja um trecho abaixo em uma publicação na nossa página do Instagram:
O petista — depois de ser interrompido diversas vezes pelo candidato do PTB — falou que o padre deveria "respeitar e fechar a boca" quando alguém está falando.
"Sou cristão, casado na igreja, batizado, crismado, frequentador de igrejas. Mas [você] é um impostor", afirmou Lula, respondendo insinuações de Kelmon de que não era católico.
Kelmon: é padre ou não é padre?
Natural de Acajutiba, na Bahia, Kelmon Luis da Silva Souza, de 45 anos, conhecido apenas como Padre Kelmon, do PTB, chamou atenção dos eleitores desde a última semana.
O candidato tem seu título de padre contestado pela Igreja Católica e durante o debate da Rede Globo, ele foi alvo dos demais presidenciáveis e acabou virando meme.
Originalmente, Kelmon não seria candidato, mas acabou ocupando a vaga de Roberto Jefferson, também do PTB, que teve seu registro à presidência negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em suas redes sociais, a Igreja Católica negou que Kelmon seja sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil e nunca foi seminarista ou membro do clero em nenhum dos três graus da ordem —bispo, presbítero e diácono.
"Kelmon se apresenta como sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil, aparecendo em peças de campanha com vestimentas tradicionais da Igreja.
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Ainda segundo o documento, o "padre" nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos três graus da ordem, quer no Brasil ou em outro país.", diz a postagem da Igreja Católica.
Em resposta, Kelmon divulgou uma carta da Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru. A entidade diz ser reconhecida pelo governo peruano e chama o candidato de "um dos membros mais ilustres" das missões.
A Igreja ainda informa que Kelmon é reconhecido pela Santa Igreja Ortodoxa como "pároco interino sediado no Vicariato Episcopal do Brasil". O presidenciável é responsável pela Missão Paroquial Ortodoxa Malankar de São Lázaro na Ilha da Maré, na Bahia.