Depois de deixar o Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro vai assumir, em janeiro de 2023, o cargo de presidente de honra do PL.
O partido vai se posicionar na semana que vem de forma contundente como oposição ao governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O cargo no PL já existe. Foi criado pelo presidente da legenda, ex-deputado Valdemar Costa Neto, para José Alencar, que foi vice-presidente nos primeiros mandatos de Lula, após ele deixar o governo.
Quando deixar a Presidência da República, Bolsonaro terá direito a cerca de R$ 40 mil com aposentadorias do Exército e da Câmara.
O salário do PL está sendo discutido ainda e será somado a esse valor. Também não foi definida a origem do recurso - se será do Fundo Partidário ou de doações para a sigla.
O PL também se comprometeu a pagar pelo aluguel de uma casa e de um escritório em Brasília, além de advogados para defender Bolsonaro na Justiça.
PL quer explorar ‘legado’ de Bolsonaro nas urnas
O partido quer manter Bolsonaro ativo em Brasília para preservar o eleitor conservador de direita e o "legado" de 58 milhões de votos conquistados no segundo turno da eleição. O presidente vai integrar uma executiva partidária com 21 membros.
No comando do PL desde 2001, Valdemar Costa Neto seguirá como presidente do partido. O anúncio sobre o futuro de Bolsonaro e da sigla deverá ser feito pelo dirigente durante entrevista coletiva em Brasília prevista para terça-feira.
Será a primeira entrevista do cacique do PL - condenado e preso no escândalo do mensalão - em dez anos.
Diante da aproximação de líderes do Centrão de Lula, o PL decidiu anunciar oficialmente sua posição para afastar os rumores de que poderia dar uma guinada governista com a nova gestão do PT.
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Negociação no Congresso
Com a decisão do PL de se posicionar na oposição ao governo federal, o partido pode ficar isolado no Congresso, mas ainda assim terá papel decisivo na disputa pela presidência das Casas.
O partido de Bolsonaro sinalizou ao PP que aceita fazer um acordo para apoiar a recondução de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, desde que o PP apoie o PL na presidência do Senado contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O partido de Bolsonaro conquistou a maior bancada da Câmara dos Deputados neste ano, com crescimento dos 76 deputados atuais para 99 na próxima legislatura.
Em segundo lugar está a federação PT-PCdoB-PV, com 80 deputados eleitos (PT com 68, PCdoB com 6 e PV com 6).