A União fez valer o controle acionário na Petrobras (PETR4) e elegeu seus indicados ao Conselho de Administração da companhia nesta sexta-feira (19), incluindo os dois nomes rejeitados pelos órgãos de governança da estatal. O movimento, porém, deve gerar ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Justiça.
O impasse entre o governo e os acionistas minoritários e funcionários está no fato de que a União, que detém a maior parte das ações da estatal, insistiu em manter a indicação de Jônathas Castro e Ricardo Soriano para o conselho de administração.
Os dois nomes foram rejeitados de maneira unânime pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) da companhia por conflito de interesses. Mas a negativa da estatal foi ignorada pelo Ministério de Minas e Energia e governo depositou hoje votos suficientes para eleger os indicados.
Castro e Soriano foram eleitos com votos de 5,412 bilhões de ações. Eram necessários votos relativos a 5.390.507.541 ações para se eleger um conselheiro desta vez.
A origem do problema
Segundo o Celeg, Castro — atual secretário executivo da Casa Civil — teria acesso a informações estratégicas da Petrobras.
No caso de Alencar, o comitê ressaltou que ele é o Procurador-Geral da Fazenda Nacional e não teria como desenvolver o cargo e o papel de conselheiro da Petrobras ao mesmo tempo.
Completam os assentos da União o presidente da companhia, Caio Paes de Andrade, os advogados Gileno Barreto e Edison Garcia, e a procuradora da Fazenda Nacional, Iêda Cagni.
Cagni obteve votos de 4,820 bilhões de ações, abaixo do mínimo necessário. Mas como os dois candidatos abaixo dela também eram indicações da União, a mesa dispensou uma segunda rodada.
Com isso, dois membros do antigo Conselho, Ruy Schneider e Marcio Weber, que acumulava a presidência do CA, não foram reconduzidos e encerram suas atividades na companhia.
Indicados dos acionistas minoritários da Petrobras (PETR4) também são eleitos
Além dos nomes apontados pela União, os indicados pelos acionistas minoritários Marcelo Gasparino e Juca Abdalla também foram eleitos para o Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) hoje.
Segundo o presidente da Assembleia Geral Extraordinário (AGE) da estatal, Bernardo Costa e Silva, os votos à distância e dos acionistas de American Depositary Receipts (ADRs) foram suficientes para garantir a eleição dos dois indicados pelos minoritários.
*Com informações do Estadão Conteúdo