O que poucos falaram da apuração: Bolsa já sobe 7% com Bolsonaro forte e Congresso pró-mercado

Os resultados do primeiro turno das eleições vêm sendo extremamente bem-recebidos pelo mercado financeiro. A alta nesta segunda-feira, somada com o impulso da manhã de terça, já traz um aumento de 7,31% no Ibovespa, principal índice de ações do país.

Algumas ações específicas, contudo, subiam ainda mais. Já o dólar caía 4,6%, perdendo cerca de R$ 0,25 em valor. Mas o que explica esse deleite do mercado financeiro?

Apesar de a esquerda seguir muito forte no páreo, Bolsonaro ganhou sobrevida e protagonizou uma disputa acirrada com o ex-presidente Lula pela chefia do Executivo nacional, perdendo por 48% a 43%, enquanto as pesquisas indicavam uma margem de 10 a 15 pontos percentuais e possível vitória do PT no 1º turno.

No Congresso, muitos deputados e senadores bolsonaristas, liberais, pró-mercado e de centro-direita foram eleitos. O PL, partido do presidente, agora é o maior partido tanto da Câmara como do Senado.

O mesmo se aplica aos governadores eleitos e escolhidos: foram oito governadores alinhados com a direita eleitos no 1º turno, enquanto outros oito vão com boas perspectivas para a decisão final. E isso em estados-chave, como São Paulo e Minas Gerais.

De acordo com analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, independentemente do vencedor das eleições presidenciais, os resultados apresentados ontem devem ser positivos para os ativos financeiros brasileiros.

“Embora Lula siga como favorito, o acirramento da disputa e o Congresso conservador devem forçá-lo a caminhar para o centro, formar alianças, o que deve fortalecer o ‘Pacote Brasil’: ações em alta, juros em baixa e valorização do real”, explica o estrategista-chefe da equipe de research da Empiricus, Felipe Miranda.

Quem compartilha de visão similar é o analista de ações Matheus Spiess. Para o economista, desenham-se dois possíveis cenários políticos nacionais, ambos positivos para o mercado:

1. Uma pouco provável (mas possível) virada de Bolsonaro que, somada a um Congresso pró-mercado, abriria caminho para uma série de pautas liberais, beneficiando a economia e o mercado de capitais;
2. Uma provável vitória de Lula, que terá de convergir ao centro e fazer acordos, tanto para lidar com o Congresso quanto para conseguir governar com metade da população contra suas ideias; neste caso, seria mais difícil a aprovação de pautas muito à esquerda e uma avacalhação da situação fiscal.

Em ambos os casos, o resultado deste domingo traz uma perspectiva ainda melhor para a recuperação da Bolsa.

Confiança, que já era grande, ficou maior

Antes mesmo do primeiro turno, especialistas como Miranda e Spiess já estavam otimistas com o mercado de ações. Mesmo com a projeção de um governo Lula, o sentimento era o de que os riscos de mercado já estariam precificados e, passada a turbulência, as ações poderiam decolar.

A tese se sustentava em uma série de argumentos, como:

• O Brasil é um dos países mais adiantados do mundo no combate à inflação e no fim do ciclo de alta dos juros;
• O desempenho da economia está melhorando paulatinamente;
• O risco político pode se atenuar ou se afastar em breve, melhorando o preço dos ativos nacionais.

Diante desse cenário, Miranda inclusive cravou 4 ações que teriam potencial de ganhar muito valor tanto com Lula como com Bolsonaro no poder.

Isso é possível porque essas empresas, independentemente de uma política mais ou menos liberal, estão extremamente baratas e atuam em setores sólidos e estratégicos para o país.

Assim, elas seriam menos voláteis em relação às decisões governamentais.

Para se ter uma ideia, todas essas ações já estão subindo nesta segunda-feira, apenas com uma perspectiva de maior equilíbrio nas eleições, mesmo que o favorito não tenha mudado. Duas delas, inclusive, já sobem acima dos 5%.

A tendência, segundo Miranda, é a de que esse movimento se intensifique ainda mais, especialmente após o pleito final de 30 de outubro. Até lá, existe uma janela para quem ainda não está posicionado nessas ações embarcar nessa chance escancarada de ganhar dinheiro.

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Afinal, independentemente de quem ganha no domingo, a grande maioria dos brasileiros têm contas para pagar na segunda-feira.

E como aprendemos ao longo dos anos, não dá pra ficar dependendo de políticos para ter uma vida melhor e com mais conforto financeiro.

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E para ter essa compreensão, é fundamental conhecer os argumentos que sustentam a recomendação de compra em cada uma delas.

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