Site icon Seu Dinheiro

Titãs em queda livre: os fatores que derrubam as ações da Vale (VALE3), Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4)

Vale VALE3 na balança: compra ou venda 1t24 resultados balanço

Os titãs da siderurgia e da mineração estão experimentando a ressaca dos resultados do terceiro trimestre e da queda dos preços do minério de ferro no mercado internacional. O resultado? As ações de Vale (VALE3), Usiminas (USIM5), CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) lideram o pelotão de baixas do Ibovespa nesta sexta-feira (28). 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Confira a performance das ações por volta de 13h35:

A reação negativa do mercado, no entanto, não é uma surpresa. O Santander, por exemplo, esperava esse comportamento depois do desempenho mais fraco da Vale entre julho e setembro — atribuído pelo banco aos preços mais baixos do minério de ferro e à produção menor.

Hoje, a commodity recuou 4,87% na Bolsa de Dalian, na China, para 624,50 yuans, o equivalente a US$ 86,08. Já em Cingapura, o minério caía 3,44% mais cedo, chegando a perder o patamar de US$ 80, cotado a US$ 78,95.

Segundo os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, do Santander, o ponto de equilíbrio do minério está agora em US$ 58 por tonelada.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Vale (VALE3), um desempenho abaixo do esperado

A Vale (VALE3) divulgou na noite de quinta-feira (27) os resultados do terceiro trimestre do ano. A mineradora viu o lucro cair 18,7% em termos anuais, a US$ 4,45 bilhões. Já a receita líquida somou US $9,9 bilhões, uma queda de 19,5% na mesma base de comparação. 

O ponto de maior preocupação, no entanto, foi o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado das operações continuadas, que totalizou US$ 3,7 bilhões, baixa de 47% contra igual período de 2021.

Entre outros dados negativos, houve alta de 13,7% na linha de custos e despesas, que chegaram a US$ 6,7 bilhões. Aqui, os maiores impactos vieram do maior gasto com combustível e menor disponibilidade de fino do minério de ferro.

“A Vale reportou um conjunto decepcionante de resultados, abaixo de nossas estimativas reduzidas estabelecidas há algumas semanas”, diz o BTG Pactual em relatório. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O banco atribui o desempenho aos custos mais elevados do que o projetado com minério de ferro e com frete e ao Ebitda de metais básicos substancialmente mais baixo — 38% menor. 

Ainda assim, o BTG reafirmou a recomendação de compra para os ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 25, o que representa um potencial de valorização de 87% em relação ao fechamento de quinta-feira (28).

O Bradesco BBI é outro que também recomenda a compra dos ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 18, um potencial de valorização de 35% em relação ao fechamento de ontem. 

Para o banco, uma das principais razões para o desempenho decepcionante da Vale no terceiro trimestre foi o custo acima do esperado na divisão de minério de ferro. Ao mesmo tempo, os resultados da divisão de metais básicos, uma grande aposta da mineradora, permaneceram abaixo do potencial.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Já o Itaú BBA tem indicação neutra para os ADRs da Vale, com preço-alto de US$ 15, o que representa um potencial de valorização de 12%. 

Assim como os outros bancos, o Itaú BBA também viu tropeços em custos do minério e na divisão de metais básicos, mas aponta como positiva a geração de fluxo de caixa livre em US$ 2,2 bilhões — fator também destacado por Fernando Ferrer, analista da Empirucus. 

“A evolução significativa é explicada por uma melhora no capital de giro via contas a receber e pelo imposto de renda sazonalmente mais alto pago no primeiro trimestre”, disse Ferrer, destacando  também a boa conversão de caixa, equivalente a 54% do Ebitda ajustado. 

Embora tenha entregado um resultado fraco, a Empiricus manteve a sugestão de compra de Vale (VALE3) na série As Melhores Ações da Bolsa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Usiminas (USIM5) também sente o golpe

Além da Vale (VALE3), a Usiminas (USIM5) também sente a ressaca dos resultados do terceiro trimestre. 

A siderúrgica encerrou o período com lucro líquido de R$ 609 milhões, uma queda de 67% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o resultado foi 43% menor. Segundo a companhia, a principal variação se deu na unidade de mineração.

Entre julho e setembro, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 836 milhões, redução de 71% em 12 meses e de 57% em relação ao período trimestral encerrado em julho.

A receita líquida da Usiminas foi de R$ 8,434 bilhões no trimestre, resultado 7% menor que o de um ano antes. Houve, ainda, queda de 1% em um trimestre.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os resultados financeiros do terceiro trimestre indicaram desafios que a Usiminas precisa encarar para se recuperar do tombo de 67% no lucro líquido: a redução da demanda e a alta dos custos.

As vendas de minério de ferro não mantiveram o ritmo do trimestre anterior e caíram em virtude do arrefecimento da demanda de terceiros no mercado interno, de 39% ante junho. Causou, assim, efeito direto nessa receita da operação, ainda pressionada pelos menores preços internacionais do minério de ferro.

Na divisão da siderurgia, a possibilidade de freio na economia internacional parece começar a se materializar. As exportações de aço recuaram 22,5% ante o segundo trimestre e foram responsáveis por apenas 10% das vendas da divisão.

“Apesar de uma queda significativa do Ebitda, nossa conversa com investidores sugeriu que as expectativas eram ainda menores. A deterioração sequencial na lucratividade foi impulsionada pela contínua pressão de custos sobre o aço e vendas mais fracas de minério de ferro”, diz o Goldman Sachs em nota. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O banco tem recomendação de compra para os papéis USIM5, com preço-alvo de 13,00 — um potencial de valorização de 69,5% em relação ao fechamento de ontem. 

O Itaú BBA também manteve a indicação de compra de USIM5, com preço-alvo de R$ 15,00 e potencial de valorização de 96%. 

O banco atribuiu o desempenho de terceiro trimestre da Usiminas à divisão de aço, que foi prejudicada  por custos mais altos e quedas sequenciais nos volumes e preços domésticos de aço.

Exit mobile version