As fortes chuvas que deixaram Minas Gerais praticamente embaixo d'água nas últimas semanas não atrapalharam apenas a vida dos moradores ou viajantes que usam as estradas do estado. Atingiu também empresas como a Usiminas (USIM5), que precisou interromper suas operações na região.
Com a trégua nos temporais, a USIM5 informou ontem a retomada gradual das atividades do seu negócio de mineração (Musa). No entanto, segundo o grupo, problemas ainda afetam empresas responsáveis pela cadeia de escoamento de minério.
"A Musa está acompanhando a evolução das ações implementadas por tais empresas de forma a assegurar a mais rápida recuperação possível."
Além da Usiminas, Vale, CSN e Vallourec também sofrem
O elevado volume de chuvas que atingiu o polo de produção em Minas Gerais paralisou atividades também de outras mineradoras, como a Vale (Vale3), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3), a CSN Mineração (CMIN3) e a Vallourec.
As tempestades também levantaram o temor sobre a segurança das barragens, o que fez algumas mineradoras elevarem o nível de alerta.
A Mineração Usiminas informou ontem ter retomado o nível não emergencial (nível zero) do Plano de Ação das barragens.
O indicador de segurança havia sido elevado para nível 1 no dia 10 de janeiro, patamar que indica estado inicial de alerta, mas não necessariamente comprometimento dos fatores de segurança - não requer, por exemplo, a retirada de moradores ou acionamento de sirenes.
O risco das fortes chuvas
O impacto das chuvas sobre as mineradoras entrou no radar do mercado e alguns analistas passaram a ver risco de eventuais efeitos no preço.
Em relatório divulgado após os anúncios, o BTG estimou que as paralisações poderiam colocar em risco até 30% da produção de minério de ferro, ainda que considerasse as chuvas um fenômeno esperado para esta época do ano e, até então, dentro do previsto.
A Musa produz minério de ferro na região de Itaiaçu. Em 2020, dado mais recente disponível, o volume alcançou 8,7 milhões de toneladas e a companhia apurou R$ 3,8 bilhões em receitas, cerca de 35% delas referentes a vendas ao mercado externo.