A venda da operação de telefonia móvel da Oi (OIBR3) para suas concorrentes continua gerando dor de cabeça para a empresa em recuperação judicial. Nesta segunda-feira (3), a Telefônica Brasil, dona da marca Vivo (VIVT3), a TIM (TIMS3) e a Claro decidiram iniciar um processo arbitral contra a Oi.
Juntas, elas cobram uma indenização de R$ 3,2 bilhões correspondentes ao valor final (ajuste pós-fechamento) da operação de venda da unidade de telefonia e internet móvel da Oi.
O leilão deste negócio aconteceu em dezembro de 2020, mas só teve o fechamento 16 meses depois, em abril de 2022, após receber aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) — este último, numa votação apertada.
A venda foi acertada por R$ 16,5 bilhões, montante sujeito a ajustes para refletir a situação operacional e financeira da Oi ao longo desse período.
A previsão de ajustes nos valores finais é normal em transações cujo desfecho leva muito tempo.
Neste caso, entretanto, o valor ficou muito acima do esperado por acionistas da Oi. Agora, o trio de compradoras alega que tem direito a um desconto de R$ 3,186 bilhões. Deste total, R$ 1,447 bilhão já está retido pelas companhias. Haveria, portanto, a necessidade de a Oi devolver R$ 1,739 bilhão.
O que a Oi (OIBR3) diz
Anteriormente, a Oi já avisou que "discorda veementemente" do cálculo apresentado por Claro, TIM e Vivo.
De acordo com a Oi, o valor do ajuste "apresenta erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados pelas compradoras e seu assessor econômico KPMG".
Apesar de todas essas dificuldades, as ações OIBR3 operam em alta no pregão de hoje. Às 12h53, os papéis avançavam 7,69%, cotados a R$ 0,42.
* Com informações do Estadão Conteúdo