As ações da Sabesp (SBSP3), a estatal de saneamento de São Paulo, dispararam quase 25% desde a semana passada com o avanço do candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos) na campanha para o governo do Estado. A expectativa do mercado é que o ex-ministro de Jair Bolsonaro leve adiante o plano de privatização da companhia caso seja eleito.
Mas será que a perspectiva de privatização tem fundamento e justifica a compra das ações? A resposta para ambas as perguntas é "sim", de acordo com o Itaú BBA.
O banco decidiu aumentar o preço-alvo para os papéis da Sabesp de R$ 65,00 para R$ 74,90, o que representa um potencial de alta de quase 30% em relação ao fechamento de ontem na B3.
Sabesp: o caminho até a privatização
Uma eventual privatização da Sabesp precisaria percorrer um longo caminho, que inclui a aprovação de uma lei na Assembleia Legislativa e a aprovação dos prefeitos das principais cidades do Estado. Mas as chances de privatização aumentaram depois do resultado do primeiro turno das eleições, de acordo com o Itaú BBA.
O preço-alvo do banco para as ações da Sabesp assume uma possibilidade de 50% de privatização. Mas caso a companhia realmente passe para as mãos da iniciativa privada, os papéis da estatal paulista poderiam chegar a R$ 87 em um cenário conservador. Ou seja, um potencial de valorização da ordem de 50%.
“A privatização pode ser um divisor de águas e destravar um valor enorme”, escreveu o analista Marcelo Sá, em relatório.
Além da privatização
As perspectivas para a Sabesp já eram favoráveis mesmo antes dos ventos de uma possível privatização voltarem a soprar. Isso porque o ajuste tarifário aprovado pelo órgão regulador em 2021 prevê reajustes que devem ficar acima da inflação até 2024.
Neste ano, por exemplo, o aumento da conta de água e esgoto ficou em 12,8%, contra 10,5% da inflação medida pelo IPCA no mesmo período. Desta forma, o Itaú BBA espera que a Sabesp apresente um crescimento sólido do Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) nos próximos anos.