Já chega a quase 100% o número de brasileiros com mais de 18 anos que usam os serviços de bancos e carteiras digitais, mas a maioria deles ainda não abre mão de suas contas em instituições financeiras tradicionais. É o que mostra uma pesquisa do Bank of America (BofA) sobre a presença dos neobancos no país.
Pelo terceiro ano consecutivo, o banco de investimentos ouviu mil brasileiros para entender como anda a adoção de plataformas digitais, perfis de clientes e líderes do mercado.
O resultado indica que 98% dos entrevistados possuem conta em fintechs, contra 89% na primeira edição do levantamento, em 2019. O número de usuários exclusivos dos neobancos cresceu cinco pontos percentuais, para 8%, na mesma base de comparação.
Já o número de clientes com conta apenas em bancos tradicionais caiu de 9% para 2%, mas 92% deles ainda mantêm, em paralelo, contas nessas instituições. E o percentual deve seguir alto: cerca de 80% dos usuários dos dois mundos não pretendem fechar sua conta nos bancões.
Demografia bancária
Entre os desconfiados com o universo financeiro digital, a maior parte possui mais de 45 anos e renda acima de cinco salários mínimos mensais.
Já os clientes exclusivos de bancos digitais são mais jovens - predominantemente na faixa dos 18 aos 29 anos - e têm menor poder aquisitivo, de um a três salários mínimos. Veja abaixo:
Essa última característica pode ser explicada, segundo o BofA, pelo Auxílio Emergencial. O pagamento do benefício social, criado no início da pandemia de covid-19 para cidadãos de baixa renda, foi feito por meio do Caixa Tem, plataforma digital da Caixa Econômica Federal.
Líderes do mercado
Além das estatísticas gerais sobre o mercado, o Bank of America também monitorou as dez principais fintechs nos últimos três anos. No período, PayPal, Nubank e PicPay assumiram a dianteira no quesito de penetração dos aplicativos entre a população digital.
E a coexistência de mais de um banco digital na liderança deve seguir nos próximos anos, pois cresceu também o número médio de apps por usuário. O indicador saltou de 2,1 em 2019 para 4,5 no ano passado e quase 70% dos entrevistados usam três ou mais aplicativos.