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Reestruturação e alavancagem da Oi (OIBR3) fazem a empresa ter risco ‘muito alto’, e Fitch rebaixa a recomendação para a companhia; saiba mais

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A Oi (OIBR3/OIBR4) voltou às manchetes com uma notícia de rebaixamento, agora da agência de classificação de risco Fitch. A venda de ativos não foi suficiente para animar os analistas, que enxergam perigos relacionados à reestruturação da dívida e à alta alavancagem da empresa. 

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Com isso, a agência rebaixou a avaliação de inadimplência do emissor (IDRs, Issuer Default Ratings, em inglês) de “CCC+” para “CC” — em outras palavras, isso quer dizer que a Fitch entende que o risco subiu de “substancial” para “muito alto”.

Ao mesmo tempo, a Oi ainda teve uma melhora na avaliação de longo prazo, de “CC” para “B” — de “risco muito alto” para “empresa altamente especulativa”. 

A postura mais cautelosa da Fitch fez com que os papéis da companhia fossem na contramão da alta da bolsa hoje: as ações OIBR3 recuaram 3,70%, enquanto OIBR4 cai 2,99%. Nesta sexta-feira (04), o Ibovespa saltou 1,08%.

Os motivos que levaram a Oi (OIBR3) ao rebaixamento

O primeiro ponto destacado pela Fitch diz respeito à reestruturação da dívida da Oi (OIBR3).

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As negociações com os credores podem levar a uma situação insustentável, em que o saldo devedor é maior do que os rendimentos da empresa — problema conhecido como “insolvência empresarial”.

Esse cenário, inclusive, pode levar a um rebaixamento ainda maior da Oi, para “C” — ou “risco excepcionalmente alto”.

Alavancagem insustentável

O investimento que a empresa precisa fazer para se manter competitiva no mercado também é motivo de preocupação. A migração do sistema de transmissão por cobre para a fibra óptica exigirá uma quantia alta para a companhia. 

Isso porque a Oi precisaria investir R$ 1,2 bilhão por ano para ampliar seus serviços de banda larga e transferir clientes para as transmissões por fibra óptica.

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Mas o problema não é só esse. Nas projeções, o EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na tradução da sigla em inglês) deve atingir R$ 1,5 bilhão em 2025 — o que não será nem perto de suficiente  para cobrir o valor de face da dívida, de R$ 34 bilhões. 

Fluxo de caixa da Oi “fortemente negativo”

Ainda que haja algum desconto com a antecipação do saldo devedor, o fluxo de caixa deve permanecer fortemente negativo, na avaliação da Fitch. 

A receita líquida da venda de ativos deve ser menor do que o esperado porque a Oi teve cerca de R$ 1,4 bilhão bloqueados outro R$ 1,4 bilhão ainda está em disputa judicial, vinculado à joint-venture de fibra óptica V.tal.

Desempenho aquém do esperado

Por fim, o aumento das receitas da Oi ficou abaixo das expectativas da Fitch.

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O principal negócio da companhia são os serviços B2B (business to business, negócio a negócio), que têm sido insuficientes para compensar as despesas com os pontos que ainda levam conexão por fios de cobre.

Para efeitos de comparação, em 2021, o negócio B2B cresceu R$ 1,5 bilhão, enquanto os serviços à cobre remanescentes recuaram para R$ 1,8 bilhão.

Já as receitas principais aumentaram R$ 600 milhões do ano passado até o segundo trimestre de 2022, enquanto os negócios não essenciais caíram para R$ 800 milhões.

Liquidez fraca e ESG no zero a zero

Um dos pontos que poderia ajudar a empresa a ter uma avaliação melhor é o score de relevância de crédito ambiental, social e de governança (ESG), em que a Oi recebeu a nota 4 para transparência financeira, nota adequada para a empresa. 

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Porém, a complexidade da reestruturação pode afetar esse quesito e reduzir a nota.

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