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Magazine Luiza (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3) disparam; veja as maiores altas do Ibovespa na semana

Fachada de loja do Magazine Luiza (MGLU3), um dos grandes players de varejo da bolsa, junto com Via (VIIA3) e Americanas (AMER3)

Numa semana em que o Ibovespa disparou mais de 5%, impulsionado pelo otimismo do mercado com o resultado do primeiro turno das eleições no Brasil — em especial, pelo viés mais conservador e direitista do Congresso —, algumas ações tiveram um desempenho particularmente positivo. E, nesse grupo dos vencedores, destaque para as grandes varejistas do e-commerce, como Americanas (AMER3), Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3).

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E uma série de fatores atuou em conjunto para dar ânimo a esses papéis. Em primeiro plano, há a percepção de que os parlamentares eleitos para a Câmara e o Senado facilitariam a tramitação de novas reformas econômicas num eventual segundo governo Bolsonaro — ou freariam medidas mais à esquerda num novo mandato petista.

E por que isso favorece as varejistas? Bem, a leitura do mercado é a de que, com a nova composição do Congresso, a recuperação mais firme da economia brasileira fica mais próxima; assim sendo, os juros podem demorar menos para começar a cair, o que estimularia o consumo por parte da população.

Nessa lógica, Americanas ON (AMER3) disparou 24,26% e teve o melhor desempenho entre todas as ações que compõem o Ibovespa; Via ON (VIIA3), com ganhos de 22,26%, e Magazine Luiza ON (MGLU3), com alta de 18,53%, também aparecem em destaque na ponta positiva do índice. Veja a tabela abaixo:

EmpresaCódigoDesempenho na semanaCotação (R$)Desempenho em 1 ano
AmericanasAMER3+24,26%21,10-31,20%
ViaVIIA3+22,26%3,90-49,94%
LocawebLWSA3+21,11%10,90-48,87%
3R PetroleumRRRP3+20,44%42,89+5,15%
Magazine LuizaMGLU3+18,53%5,31-62,15%
AzulAZUL4+17,26%17,26-51,19%
GolGOLL4+16,57%10,41-47,87%
PRIOPRIO3+16,27%32,01+19,89%
MéliuzCASH3+15,93%1,31-75,92%
SabespSBSP3+15,77%57,42+56,48%
As dez ações do Ibovespa com melhor desempenho na última semana. Fonte: TradeMap

Americanas, Via e Magazine Luiza: outros fatores

Naturalmente, fatores técnicos também estiveram envolvidos no desempenho das varejistas de e-commerce nos últimos dias. Americanas, Via e Magazine Luiza acumulavam perdas substanciais no horizonte de um ano e operavam em níveis de preço bastante deprimidos.

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A expectativa de uma melhora de cenário do médio prazo, assim, abriu espaço para que o mercado se reposicionasse nesses papéis, de modo a capturar os ganhos que a possível redução nos juros poderá trazer para essas empresas. Mas, mesmo com a disparada nesta semana, as ações das varejistas seguem no vermelho no período de um ano.

Por fim, a visão mais otimista do Morgan Stanley em relação à Americanas ajuda a explicar o porquê de essa ação, em específico, ter liderado os ganhos do Ibovespa — o banco elevou a recomendação para os papéis AMER3, de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 24,00; uma alta implícita de mais de 13% em relação às cotações atuais.

Essa postura mais construtiva do Morgan Stanley com a Americanas, em certa medida, também ajudou a retroalimentar o otimismo do mercado com as demais empresas do setor, dando um empurrão extra às ações da Via (VIIA3) e do Magazine Luiza (MGLU3).

Tecnologia e petroleiras em alta

Ainda no lado azul do Ibovespa, chama a atenção o bom desempenho do setor de tecnologia, com Locaweb ON (LWSA3) e Méliuz (CASH3) fazendo companhia à Americanas, Via e Magazine Luiza. E o motivo para o bom desempenho desses dois papéis é o mesmo das varejistas: a possível redução nos juros.

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Há, no entanto, uma diferença na tese de investimento entre os setores. Enquanto o varejo é beneficiado pelo estímulo ao consumo gerado por uma Selic menor, as techs surfam a onda da melhora no fluxo de caixa — juros mais baixos implicam em taxas de desconto menores nas contas de valuation, e as empresas de tecnologia tem boa parte de seu valor alocada no futuro.

Ou, em outras palavras: juros mais comportados implicam em menos incerteza para empresas como Locaweb e Méliuz, que ainda estão em fase de crescimento; essa possível previsibilidade econômica, assim, traz conforto aos investidores que desejam ter exposição ao setor.

3R Petroleum (RRRP3) e PRIO (PRIO3), por sua vez, foram beneficiadas pela valorização do petróleo no mercado internacional: o barril do Brent saltou mais de 10% na semana, fechando a sexta-feira (7) a US$ 97,92. É o maior patamar desde o fim de agosto para a commodity.

E, com o petróleo mais caro, as petroleiras também se deram bem: em linhas gerais, quanto mais caro o petróleo, maior é a receita gerada pelas vendas do produto no exterior. A 3R ainda teve um impulso extra, com o Bank of America elevando o preço-alvo das ações RRRP3 para R$ 90,00 — mais que o dobro da cotação atual.

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Aéreas e Sabesp se juntam ao Magazine Luiza e varejistas

As empresas aéreas também subiram forte, com Azul PN (AZUL4) e Gol PN (GOLL4) ganhando terreno nos últimos dias. Se, por um lado, o salto no petróleo é ruim para as companhias, por outro a forte baixa no dólar as ajuda — e o mercado parece ter dado mais importância para o segundo fator.

O setor aéreo possui uma dinâmica bastante particular: empresas como Azul e Gol possuem grande parte de sua dívida denominada em dólar — os custos com querosene de aviação (QAV) dependem da cotação da moeda americana, assim como os contratos de arrendamento e manutenção de aeronaves.

Assim, com o dólar mais baixo, a linha de custos e o saldo do endividamento dessas empresas tende a passar por um alívio; o petróleo mais caro, no entanto, encarece o QAV, neutralizando parte do efeito benéfico gerado pelo dólar nesse aspecto.

Por fim, chama a atenção o bom desempenho de Sabesp ON (SBSP3) na semana, juntando-se à Americanas, Via, Magazine Luiza e as demais empresas do bloco; e, no caso da estatal paulista de saneamento, a razão da alta dos últimos dias é estritamente eleitoral.

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Com Tarcísio de Freitas liderando a corrida pelo governo de São Paulo no primeiro turno das eleições, ficando a frente de Fernando Haddad — um resultado que contrariou as pesquisas eleitorais —, cresce a percepção de que a Sabesp poderá ser privatizada num futuro próximo. E, assim, as ações SBSP3 subiram forte.

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