Depois de uma Super Quarta marcada pela alta dos juros, a Gerdau (GGBR4) e a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) decidiram animar os ânimos do mercado ao entregar resultados robustos no primeiro trimestre de 2022 e já anunciar o pagamento de mais de R$ 1,28 bilhão em dividendos no total.
Desse montante bilionário, a maior fatia do bolo refere-se à distribuição da Gerdau, que pagará aproximadamente R$ 973,46 milhões em juros sobre capital próprio (JCP) aos seus acionistas, em uma antecipação do dividendo mínimo obrigatório.
O montante corresponde ao valor bruto de R$ 0,57 por ação GGBR3 e GGBR4. O valor está sujeito a desconto de 15% de imposto de renda.
Poderá receber a remuneração o investidor que possuir posição acionária ao fim do pregão de 16 de maio de 2022.
Já o pagamento dos JCP deve cair na conta dos acionistas a partir de 25 deste mês.
Dividendos da Metalúrgica Gerdau (GOAU4)
A parcela mais tímida da distribuição de proventos pertence à Metalúrgica Gerdau, com a remuneração de R$ 313,48 milhões aos acionistas.
Desse total, cerca de R$ 216,19 milhões serão em forma de juros sobre capital próprio, com o pagamento de R$ 0,20 por papel GOAU3 e GOAU4. O valor bruto também está sujeito à retenção do imposto de renda na fonte.
Já os R$ 97,28 milhões restantes fazem parte do pagamento de dividendos da companhia, equivalente ao valor de R$ 0,09 por ação, isento de IR
A data de corte da remuneração da Metalúrgica Gerdau é a mesma que a da Gerdau: terá direito aos proventos o acionista que possuir ações da companhia até o final da sessão de 16 de maio deste ano.
Enquanto isso, o pagamento dos dividendos e JCPs deve acontecer a partir de 26 de maio.
A Gerdau (GGBR4) no 1T22
A Gerdau (GGBR4) teve um lucro líquido de R$ 2,94 bilhões no primeiro trimestre de 2022, o que representa avanço de 19% em relação ao mesmo período do ano passado.
Quando comparado ao trimestre imediatamente anterior, porém, o indicador recuou 17% frente aos R$ 3,56 bilhões registrados entre outubro e dezembro de 2021.
A receita líquida da siderúrgica entre janeiro e março de 2022 também foi inferior à dos três últimos meses do ano passado, mas subiu 24% na comparação anual, para R$ 20,3 bilhões.
Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em português) ajustado teve alta de 35% na base anual e encerrou o trimestre em R$ 5,82 bilhões. Na comparação trimestral, a variação foi negativa em 3%.
A margem Ebitda ajustada avançou 2,2 pontos percentuais, para 28,7%.
Resultado da Metalúrgica Gerdau (GOAU4)
O resultado da Metalúrgica Gerdau (GOUA4) teve uma performance parecida com o da Gerdau (GGBR4): avanço na comparação anual e baixa na base trimestral.
A empresa registrou lucro líquido de R$ 2,95 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 20% em relação ao mesmo período de 2021, quando encerrou março com R$ 2,46 bilhões de lucro.
Em comparação com o quarto trimestre de 2021, quando teve um saldo positivo de R$ 3,56 bilhões, o lucro líquido da companhia recuou 17%.
A receita líquida do trimestre subiu 24% em relação a igual intervalo do ano anterior e recuou 6% na base trimestral, para R$ 20,3 bilhões entre janeiro e março de 2022.
Já o Ebitda ajustado foi de R$ 5,82 bilhões no período, alta de 35% no comparativo anual e recuo de 2% frente ao quarto trimestre de 2021.
Já a margem Ebitda ajustada subiu 2,3 pontos percentuais ante o mesmo período do ano passado, a 28,6% no primeiro trimestre de 2022.
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Recompra de ações
Além dos dividendos e dos resultados do primeiro trimestre de 2022, as companhias anunciaram nesta quinta-feira (05) a aprovação de novos programas de recompra.
No caso da Gerdau, serão recompradas até 55 milhões de ações preferenciais da companhia, o que equivale a aproximadamente 5% dos papéis GGBR4 e/ou de ADRs lastreados em ações preferenciais (GGB) atualmente em circulação pelo mercado.
Já a recompra da Metalúrgica Gerdau contemplará a aquisição de até 69 milhões de ações GOAU4, que representam cerca de 10% dos ativos preferenciais da empresa atualmente em circulação.
Os programas terão início amanhã (06) e poderão ser estendidos por 18 meses.
Para que serve a recompra de ações?
Existem diversos motivos que levam empresas a aprovar programas de recompras como esses. Entre eles, estão:
- A companhia acredita que suas ações estão baratas ou mal avaliadas pelo mercado;
- A empresa precisa distribuir ações aos executivos como bônus e não quer emitir novos papéis;
- Ela quer gerar valor ao acionista que continua em sua base, apesar da instabilidade do mercado.
Quando uma companhia recompra suas ações em programas como esse, os papéis deixam de circular na bolsa de valores e passam a ser mantidos em tesouraria.
Tanto a Gerdau (GGBR4) quanto a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciaram que o objetivo da compra é a permanência em tesouraria, cancelamento ou eventual alienação dos ativos no mercado.
Retorno ao acionista da Gerdau e Metalúrgica Gerdau
A Gerdau (GGBR4) e a Metalúrgica Gerdau (GOAU4) informaram que querem maximizar a geração de valor a longo prazo para os seus acionistas.
A recompra é uma das maneiras que uma companhia pode optar para dar retorno para o seu investidor.
É diferente da distribuição de proventos — que, por sinal, elas também farão no fim deste mês —, que proporciona retorno por meio do pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio ao invés da valorização das ações, como na recompra.
Por outro lado, a recompra de ações resulta na perda de liquidez dos papéis na bolsa, uma vez que menos ações serão negociadas.