Uma das novelas mais acompanhadas do mundo corporativo brasileiro chegou ao fim: a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu luz verde para a venda da Oi Móvel para a Claro, a TIM e a Vivo.
Com a autorização, a Oi (OIBR3) finalmente consegue atravessar os últimos obstáculos no caminho de seu prolongado processo de recuperação judicial. Assim que a liberação saiu, as ações da empresa subiram 7,69%, cotadas a R$ 1,12. Esse avanço perdeu um pouco do fôlego ao longo do dia, e os papéis encerraram o pregão com alta de 2,88%, a R$ 1,07.
A conclusão da venda tanto da unidade móvel como da participação na divisão de fibra óptica é tida como fundamental no processo de recuperação judicial da Oi, que se arrasta desde 2016.
Oi ainda precisa de outras bênçãos
Em um leilão realizado no fim de 2020, Claro, TIM e Vivo arremataram a Oi Móvel por R$ 16,5 bilhões. O negócio, entretanto, precisa da bênção dos órgãos reguladores.
Na semana passada, os acionistas da operadora aprovaram em assembleia a incorporação da Oi Móvel, etapa prevista dentro do processo de venda da unidade.
Além da Anatel, a venda também precisa do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O órgão de defesa da concorrência tem até fevereiro para se manifestar sobre o caso.
Um pedido de vista no meio do caminho
A expectativa era de que a autorização fosse anunciada na sexta-feira (28). O conselheiro Emmanoel Campelo votou para dar aval ao procedimento, acompanhado, por sua vez, de condicionantes e compromissos a serem assumidos.
O julgamento do caso, no entanto, foi suspenso após um pedido de vista, isto é, mais tempo de análise, do conselheiro Vicente Bandeira de Aquino Neto.
Com o pedido de vista de sexta-feira, a venda deveria voltar a ser debatida pelo Conselho Diretor da Anatel somente em uma reunião ordinária prevista para 10 de fevereiro. Ainda na sexta-feira, no entanto, Campelo chamou para hoje uma reunião extraordinária.
Hoje, Aquino Neto apoiou o negócio, mas sugeriu ajustes pontuais e acréscimos necessários para, segundo ele, “atender o interesse público”. Os conselheiros Moisés Queiroz Moreira e Carlos Manuel Baigorri endossaram as alterações, apoiando a venda da Oi Móvel.
OIBR3 sente pedido de vista
Nas últimas semanas, o otimismo em relação à aprovação do negócio levou a uma arrancada das ações da Oi na bolsa. Nos 11 pregões anteriores ao de hoje, OIBR3 acumulou alta de 50,7%.
Na manhã da última sexta-feira, o pedido de vista fez com que os papéis da empresa passassem a operar em forte queda, devolvendo parte dos ganhos acumulados.
Horas depois, diante da notícia da convocação da reunião extraordinária, OIBR3 recuperou-se e fechou em alta de 3%.
Antes da audiência de hoje da Anatel, as ações da Oi subiam cerca de 1%. Com a autorização, os papéis dispararam na B3.
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