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Enjoei (ENJU3) deu pra trás na compra da Gringa, de Fiorella Mattheis; por que o brechó desistiu do mercado de luxo?

Enjoei (ENJU3) desiste de compra da Griga, de Fiorella Mattheis

Enjoei (ENJU3) desiste de compra da Griga, de Fiorella Mattheis

Os holofotes já estavam preparados para a estreia do Enjoei (ENJU3) na mesma tapeçaria vermelha — e gringa — que a atriz Fiorella Mattheis. Mas a caminhada de fama e luxo da empresa mal começou e já chegou ao fim.

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Estava tudo certo para a entrada da plataforma no mundo de artigos de luxo usados, com a compra do brechó chique Gringa, de Fiorella, em dezembro passado. Esta seria, inclusive, a primeira aquisição do Enjoei desde o IPO em 2020.

O negócio foi avaliado em R$ 14,25 milhões, que seriam desembolsados em duas parcelas anuais. Mas ninguém gosta de negociar uma coisa e pagar mais caro no final, muito menos o Enjoei, que decidiu “dar para trás” no acordo.

Por que o Enjoei deu para trás?

Como em todo contrato, existem condições a serem cumpridas antes de o negócio ser concluído. A questão é que, na aquisição da Gringa, uma das condições estipuladas pelo Enjoei não foi atingida.

Deixe-me explicar. A compra da plataforma de Fiorella Mattheis abriu o chamado direito de recesso.

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Em português mais claro, isso significa que o Enjoei deveria reembolsar, pelo valor patrimonial da ação, seus acionistas que não concordassem com a transação.

O negócio com a Gringa estabelecia que a retirada dos investidores não passasse de R$ 1,5 milhão. Porém, muitos acionistas decidiram que era melhor resgatar o dinheiro do que manter sua fatia no Enjoei (ENJU3).

Ou seja, além de pagar os R$ 14,25 milhões pela empresa de Fiorella Mattheis, a companhia ainda teria que desembolsar mais de um milhão de reais para devolver o dinheiro dos acionistas.

Mas o acordo não chegou ao fim de fato. O Enjoei afirmou que ainda pretende retomar as discussões junto aos acionistas da Gringa para encontrar alternativas para a combinação de negócios de forma que atenda aos interesses de ambas as partes.

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Por que os acionistas usaram o direito de recesso?

O direito de os acionistas pedirem o dinheiro de volta em caso de aquisições como a realizada pelo Enjoei está previsto na Lei das S/A, mas quase nunca é usado porque o valor patrimonial da ação costuma ser menor do que as cotações na bolsa.

Ou seja, vale mais a pena para o investidor simplesmente vender seus papéis no mercado do que exercer o direito, caso ele não queira continuar sócio da empresa após a transação.

Mas não é de se estranhar que os acionistas do Enjoei tenham decidido que valia mais a pena receber o valor inicial de volta do que vender os papéis depois da conclusão do negócio.

Isso porque as ações do Enjoei despencaram tanto na bolsa de valores que agora a cotação na B3 e o valor patrimonial dos papéis estão equilibrados.

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Afinal, desde a abertura de capital da plataforma em 2020, as ações ENJU3 acumularam desvalorização de 79,9%. Só em 2022, a queda somou 23,1%.

Hoje, os papéis caem forte. Por volta das 11h15 desta segunda-feira (23), ENJU3 recuava 5,94%, negociada a R$ 2,06.

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