O ano começou com o Itaú BBA iniciando a cobertura das ações do Nubank (NUBR33) com uma recomendação da venda.
Alguns dias se passaram e a Empiricus, casa de análise à qual pertence o Seu Dinheiro, recomendou um short nos BDRs do roxinho.
Fevereiro chegou e agora é a vez de o BTG Pactual entrar para a lista das instituições financeiras que consideram os papéis do roxinho sobrevalorizados.
O que recomenda o BTG
Em relatório sobre o Nubank, o BTG cortou sua recomendação de compra para venda.
O maior banco de investimentos da América Latina também reduziu o preço-alvo de US$ 10 para US$ 8,50 para as ações do Nubank negociadas em Nova York no decorrer dos próximos 12 meses.
Trata-se de um desconto de 17% em relação ao preço de fechamento de ontem.
Deterioração do cenário de crédito
Os analistas do BTG Pactual têm observado que, apesar da boa performance das ações dos bancos no geral, os agentes do mercado financeiro têm-se mostrado cada vez mais preocupados com a deterioração do ciclo de crédito.
Isso se deve a uma série de fatores, como:
- inflação em alta;
- expectativa de elevação da taxa Selic;
- fim do impacto dos programas de ajuda por causa da pandemia; e
- endividamento das famílias em nível recorde.
Esse conjunto de fatores de risco tem levado os bancos a serem mais cautelosos em relação à concessão de crédito ao consumidor.
‘Sem sentido’
Diante de toda a cautela observada na indústria financeira, o BTG Pactual considera “contraintuitiva” a recente recuperação no preço das ações do Nubank.
O problema, segundo o BTG, é que o Nubank está mais exposto à concessão de empréstimos de risco do que seus rivais. Isso porque todo o crédito concedido pela instituição é composto por clientes de cartão de crédito ou empréstimo pessoal.
Além disso, a base de clientes do Nubank é mais jovem e de renda mais baixa que a de seus concorrentes. “Por isso parece muito improvável que ele não seja impactado” pela deterioração do cenário de crédito, avaliam os analistas do BTG.
Desempenho volátil
O fato é que as ações do roxinho têm protagonizado intensa volatilidade desde sua estreia, em dezembro de 2021.
Depois de acumularem alta de mais de 30% nos dias que se seguiram ao IPO em Nova York, os papéis do Nubank entraram em uma espiral de queda antes de se recuperarem esta semana.
Em alguns momentos, o valor de mercado do Nubank chegou a superar os de Itaú e Bradesco.
Hoje, as ações do banco já operavam em forte queda novamente.