Em um modelo que pode agradar bastante o mercado, o governo do Estado do Paraná informou que deseja pulverizar o capital da Companhia Paranaense de Energia, a Copel (CPLE6). Na prática, uma privatização.
Atualmente, o governo estadual é o principal controlador da companhia de energia, mas gostaria de reduzir essa fatia para apenas 15% do capital social. Também está previsto que mantenha 10% do total de votos no conselho, conforme as ações que garantem esse direito.
A ideia é que o restante do capital da Copel permaneça sem acionista controlador, em um modelo que o mercado chama de "corporation" — como acontece com a Vale (VALE3), por exemplo, desde que deixou de ser uma empresa estatal.
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Isso seria possível por meio de uma oferta pública secundária de ações e/ou units da Copel.
Poucos minutos após a abertura do pregão desta segunda-feira, CPLE6 subia 22,07%, cotado a R$ 8,74 — patamar em que terminaram o dia também.
Segundo o comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a operação busca a captação de dinheiro para o governo paranaense, além da valorização das ações que permanecerem nas mãos do órgão.
Ao detalhar as regras previstas para a mudança de estatuto da Copel, o governo estadual estipulou que nenhum acionista ou grupo de acionistas poderá exercer votos que representem mais de 10% da quantidade total de votos em assembleias.
O limite vale também para acordos que podem gerar direito a voto, como a formação de blocos.
Outras exigências são que a sede da Copel continue no Paraná, além da criação de ações preferenciais de classe especial que pertencerão ao Estado. Assim, fica garantido o poder de veto em assembleias.
O que falta ser feito
Para que todas as mudanças tenham efeito e a empresa de energia elétrica passe a ter seu capital pulverizado, ainda é preciso ter autorização do Legislativo e do Tribunal de Contas do Estado do Paraná.
Um projeto de lei será apresentado aos deputados estaduais, mas sem data prevista.
As ações da Copel (CPLE6)
Neste mês, as ações da Copel (CPLE6) acumulam alta de 18,11%. No ano, a alta é de 47,88%.
Vale lembrar que sempre que uma empresa estatal deixa de ser controlada pelo poder público, os ativos tendem a ganhar um impulso.
Quando os primeiros estudos sobre a pulverização do capital da companhia ou outras maneiras de extrair valor da empresa viraram notícia, o papel chegou a subir mais de 10% em um único pregão.