A Tesla, fabricante de carros elétricos fundada pelo bilionário Elon Musk, emergiu como um dos grandes vencedores da indústria automobilística em um ano atormentado pela escassez de semicondutores e pelos problemas na cadeia de suprimentos global.
A montadora colocou na praça mais de 308.000 veículos no quarto trimestre. Além de o número ter vindo bem acima da mediana das projeções (266 mil), trata-se de um recorde para a empresa.
Com isso, a Tesla (TSLA) viu as entregas atingirem a marca de 936 mil veículos no acumulado do ano. Isso representa um aumento cerca de 87% em 2021 na comparação com cerca de meio milhão de entregas em 2020.
E enquanto a Tesla cresce...
O resultado é entregue em um momento no qual a indústria automobilística global é duramente atingida por interrupções na cadeia de abastecimento ao redor do mundo.
Projeções da IHS Markit dão conta de que a produção global de automóveis deve fechar 2021 com crescimento de apenas 1% em relação a 2020. Isto significa um volume 15% menos do que o registrado em 2019.
Solução interna
Diante dessa situação, reportagem recente do The Wall Street Journal lança um pouco de luz sobre por que a Tesla saiu-se muito melhor do que a concorrência no período.
A fabricante de carros elétricos conseguiu manter o fundamento da linha de montagem apoiando-se em suas raízes, segundo executivos da indústria e consultores ouvidos pelo WSJ.
Originada no Vale do Silício, a Tesla recorreu a sua experiência interna em engenharia de software para consolidar seus sistemas e driblar a escassez de semicondutores.
Além disso, a jovem empresa tirou proveito da vantagem de projetar seus veículos praticamente do zero, enquanto suas concorrentes passaram a adicionar peças de forma fragmentada ao longo das décadas, como muitos fabricantes de automóveis tradicionais fizeram.
Clube do trilhão
Como resultado disso, pela primeira vez desde sua fundação, em 2003, a Tesla encerrou o ano passado acima da marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado no ano passado.
As ações da Tesla subiram cerca de 50% ao longo de 2021, sendo 36% nos últimos três meses do ano passado.
*Com informações do MarketWatch.