Depois de um início de ano conturbado para seus papéis, com quedas em três pregões seguidos, o Carrefour (CRFB3) chegou a ficar entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira (6).
Na máxima do dia, as ações chegaram a subir 5,59% na bolsa brasileira, indo a R$ 14,74. Até o final do pregão, os papéis perderam força, mas ainda fecharam em alta de 2,22%, a R$ 14,27.
A disparada dos papéis se deveu a rumores de que sua rival francesa Auchan estaria planejando uma nova proposta para comprar o Carrefour.
Segundo informações do Bloomberg, a francesa voltou a cogitar a possível combinação de negócios depois dos sucessivos fracassos de negociações no ano passado.
Desta vez, a companhia não estuda a oferta sozinha. Segundo fontes da Bloomberg que permaneceram no anonimato, a Auchan tem conversado com fundos de private equity, como a CVC Capital Partners, sobre a possibilidade de fazer uma oferta conjunta.
A tentativa fracassada
Em 2021, a Auchan tentou adquirir o Carrefour por um montante em torno de 16,6 bilhões de euros, o que corresponde a 21 euros por ação.
Porém, na época, as discussões foram interrompidas por conta de divergências entre os acionistas de ambas as empresas sobre a avaliação e a estrutura de um negócio.
Isso porque os acionistas do Carrefour consideraram o preço por ação estipulado pela Auchan muito baixo.
‘En premier lieu’
“En premier lieu”. Em português, em primeiro lugar. É para esta posição que a combinação de negócios levaria as companhias.
De acordo com dados da empresa de pesquisas Kantar, hoje, o mercado de alimentos francês tem como líder a Leclerc, que domina 22,7% do ramo. Logo em seguida, vem o Carrefour, com 19,4% de participação.
A Auchan aparece na lista somente em quinto lugar, detendo 9,2% do mercado.
Caso a aquisição realmente aconteça, a Mulliez, família fundadora da rival francesa, se tornará dona da maior rede de supermercados de toda a França.
Além disso, seria um modo de a Mulliez fortalecer ainda mais sua posição em um cenário marcado por desafios de seus rivais alemães.
Vale lembrar que qualquer tipo de negociação requer o apoio dos acionistas-âncora do Grupo Carrefour, a família Moulin e o magnata do varejo brasileiro Abilio Diniz.
*Com informações da Bloomberg