O Inter (BIDI11) está de malas prontas para os EUA, mas não é para a Disney: no dia 17 de junho, o banco deixa a B3 para ser negociado na Nasdaq. Dito isso, será que vale a pena ter os papéis em carteira em meio a essa mudança?
Para o Bank of America (BofA), sim. O banco norte-americano manteve a recomendação de compra para BIDI11, mas cortou o preço-alvo para o ativo, de R$ 36 para R$ 17 — o que representa um potencial de valorização de 29,5% com relação ao fechamento desta quinta-feira (26).
Embora a instituição veja com bons olhos a mudança de domicílio, o ambiente operacional mais desafiador seguirá ditando o ritmo dos negócios.
Em particular, o BofA vê no caminho do Inter encargos com provisão mais altos e crescimento de empréstimos mais lento do que antes. A deterioração da qualidade dos ativos e o cenário macroeconômico fraco são os principais fatores para esse movimento.
Por volta de 13h05, as units BIDI11 operavam em queda de 0,56%, cotadas a R$ 13,06.
Inter (BIDI11): um banco com pilares sólidos
Segundo o BofA, enquanto a base de clientes do Inter (BIDI11) está se expandindo em um ritmo sólido (+82% ao ano), os clientes ativos estão crescendo em um ritmo mais lento (+68% ao ano).
Isso se explica pela abordagem mais conservadora da administração em cartões de crédito e originação de empréstimos após a deterioração da qualidade dos ativos.
No entanto, o banco norte-americano acredita que o Inter possui pilares sólidos — entre eles, financiamento de varejo, histórico de crédito e oferta diversificada de produtos — para suportar taxas de ativação mais altas quando a qualidade dos ativos se normalizar.
E o desembarque na Nasdaq?
O Inter (BIDI11) está bem posicionado para proporcionar um crescimento robusto nos lucros nos próximos anos, de acordo com o BofA.
O banco norte-americano também vê a listagem na Nasdaq como positiva, já que deve fortalecer a posição do BIDI11 como empresa global de tecnologia e aumentar os padrões de governança corporativa.
Então por que o BofA cortou o preço-alvo do Inter (BIDI11)?
A resposta está nas estimativas de lucro mais baixas, juntamente com um CoE mais alto — agora baseado em 14,5% contra 13,3% antes.
CoE, ou cost of equity, consiste no retorno que um investidor espera receber após aportar seu dinheiro em algum negócio.
Vale lembrar que existe outro significado para COE: Certificado de Operações Estruturadas, que é um produto financeiro que mescla ativos de renda fixa e renda variável.