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Acionistas da Tenda (TEND3) aprovam fim da “poison pill”; como ficam os sócios minoritários sem o mecanismo de proteção?

Foto de um prédio ao lado de uma caixa d'água com o logo da Tenda (TEND3)

Edifício da Tenda

Os acionistas da Tenda (TEND3) aprovaram nesta sexta-feira (28) a retirada poison pill do estatuto da empresa. Também conhecido como pílula de veneno, e apesar do nome ameaçador, o dispositivo tem o objetivo de resguardar os sócios minoritários.

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O pedido para a exclusão da regra partiu da Polo Capital, gestora que é dona de 26,14% do capital da construtora, em agosto e foi analisado pelos demais aconistas em uma Assembleia Geral Extraordinária realizada hoje.

Vale lembrar que a poison pill é utilizada para dificultar a tomada de controle de uma empresa com capital pulverizado na bolsa, quando um acionista pode em muitos casos dar as cartas mesmo sem alcançar mais de 50% de participação.

No caso da Tenda, o estatuto social determinava que qualquer investidor que atingir 30% do capital precisaria lançar uma oferta pública de aquisição das ações dos demais acionistas a preços iguais ou superiores ao pago pelos investidores nos seis meses anteriores.

Os dois lados da poison pill

Então por que retirar essa cláusula do estatuto agora? Se por um lado a poison pill ajuda a barrar ofertas hostis, por outro dificulta a entrada de um investidor de referência, que queira entrar na companhia mas não tenha interesse em assumir o controle.

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Em outras palavras, a pílula de veneno pode ser um mecanismo tanto positivo como negativo para os acionistas minoritários, dependendo do momento da empresa.

A iniciativa de derrubar a poison pill não é exclusiva da Tenda. No início do ano, a IMC (MEAL3) convocou os acionistas para mudar o estatuto a pedido da UV Gestora, que tinha planos de aumentar a participação na rede de restaurantes.

Oferta amigável na Tenda?

No caso da Tenda, a Polo Capital, autora da solicitação, já se aproximava do limite de 30% de participação. Mas, segundo fontes consultadas pelo Seu Dinheiro, a gestora não pretende usar a eventual derrubada da cláusula para interferir de maneira mais ativa no dia a dia da incorporadora.

"No atual momento da companhia, a poison pill ficou anacrônica. Acaba tendo só a parte ruim [do mecanismo], que é a de afastar investidores", diz uma fonte favorável ao fim da pílula de veneno.

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O tom do comunicado enviado ao mercado na época do pedido sinaliza que a abordagem da gestora é amigável e tem como objetivo a atração de possíveis novos investidores que estejam dispostos a dar suporte à execução do plano estratégico.

A Polo Capital já tem um papel de protagonismo na condução dos negócios da Tenda — o presidente do conselho de administração, Cláudio Carvalho de Andrade, é sócio da gestora. 

Procurada pelo Seu Dinheiro, a Tenda (TEND3) informou que não irá comentar o tema.

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