Uma das medidas implementadas pelo governo federal para baixar os preços dos combustíveis já começou a surtir efeito nas bombas. O preço da gasolina caiu 3,5% na semana de 26 de junho a 2 de julho com a entrada em vigor da Lei que zera o PIS-Cofins do combustível no dia 24 de junho, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados ontem.
Segundo o levantamento de preços da ANP, o preço médio do litro da gasolina no país recuou para R$ 7,127, de R$ 7,390 da semana anterior. O valor mais alto continua sendo registrado na cidade de São Paulo, a R$ 8,890 o litro, e o mais baixo caiu de R$ 5,990 para R$ 5,580 o litro, de uma semana para outra.
Já o diesel teve ligeira redução de 0,2% na semana, com o preço médio de R$ 7,554, o tipo comum, sendo o mais caro comercializado a R$ 8,990, no Nordeste, e o mais barato a R$ 6,190, no Sudeste.
O S10, menos poluente e do qual devem ser exigidos pela ANP estoques obrigatórios de setembro a novembro deste ano, devido ao risco de desabastecimento, ainda dependendo de consulta e audiência públicas da agência, teve queda menor, de 0,1%, sendo negociado a R$ 7,669 em média. O preço mais alto caiu para R$ 9 o litro, de R$ 9,150 na semana passada, e o mais barato foi encontrado a R$ 6,290.
Etanol ainda é mais competitivo que gasolina em quatro estados
Os preços do etanol hidratado também recuaram em 21 estados e no Distrito Federal. O preço médio nacional recuou 3,08% na última semana em relação à anterior, de R$ 4,873 para R$ 4,723 o litro.
Mesmo com as quedas de preços, porém, o álcool combustível permaneceu mais competitivo que a gasolina em quatro estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. Em geral, o etanol de cana ou milho é mais vantajoso que a gasolina sempre que seu preço corresponde a menos de 70% do preço derivado do petróleo.
Em São Paulo, principal estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média do etanol caiu 2,98%, de R$ 4,527 para R$ 4,392 o litro. Mato Grosso foi a unidade da Federação com maior recuo porcentual de preços na semana, de 6,25%, de R$ 4,493 para R$ 4,212 o litro. Este também foi o menor preço médio estadual registrado na semana.
Outras medidas ainda devem entrar em vigor
No último mês, o governo federal tomou uma série de medidas para aliviar os preços dos combustíveis e a inflação, a começar pelo corte dos tributos federais PIS/Cofins.
A Lei impondo um teto de 17% ao ICMS sobre combustíveis e energia elétrica ainda não entrou em vigor, mas diversos estados já anunciaram redução no tributo estadual.
A redução de impostos, porém, tem efeito limitado sobre os preços dos combustíveis, uma vez que já existe uma defasagem entre os preços praticados pela Petrobras e as cotações internacionais do petróleo.
A commodity é pressionada pela invasão da Rússia a Ucrânia, que levou o país governado por Vladimir Putin, grande produtor e exportador de petróleo, a sofrer uma série de sanções internacionais.
Tramita também no Congresso uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para elevar o valor do Auxílio Brasil e distribuir recursos diretamente a caminhoneiros e taxistas, na tentativa de minimizar o impacto da alta dos preços dos combustíveis no bolso da população. A PEC já passou pelo Senado e segue agora para a Câmara dos Deputados.
Assim como o corte de tributos, porém, a PEC pode ter um efeito explosivo sobre as contas públicas, elevando o risco fiscal, o que também pressiona a inflação.
*Com Estadão Conteúdo