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Apoiadores de Lula voltaram a se animar com chance de vitória em primeiro turno. Mas isso é realmente possível?

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Após uma série de resultados desfavoráveis nas últimas pesquisas, a mais recente rodada do levantamento do Ipec (ex-Ibope) animou os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A sondagem mantém no radar a chance de o petista voltar ao Palácio do Planalto sem a necessidade de um segundo turno.

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As demais pesquisas, no entanto, apontam que o cenário mais provável é o de um segundo turno entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL). O tira-teima sobre a tendência do eleitorado será proporcionado pela próxima rodada do Datafolha, esperada para esta quinta-feira (15).

Seja como for, os números mostram que o petista precisa ir além de meramente buscar os votos dos indecisos e contar com o voto útil de antibolsonaristas, incluindo aqueles que tampouco morrem de amores por Lula e pelo PT.

E é nesse sentido que apoiadores do ex-presidente têm trabalhado nos últimos dias, embora extraoficialmente.

Campanha pelo voto útil

Personalidades que já declararam voto ao ex-presidente, como os ex-jogadores de futebol Casagrande e Raí e o jornalista esportivo Juca Kfouri, recorreram às redes sociais afirmando que dá para acabar com a disputa já em 2 de outubro. Tais mensagens foram direcionadas explicitamente aos eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).

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O próprio Lula foi às redes dizer que "nunca fez eleição para ganhar no segundo turno", mas não chegou ao ponto de pedir explicitamente o voto útil.

Restando pouco mais de duas semanas para o primeiro turno, as mais recentes pesquisas de intenção de voto indicam que, sim, é possível Lula vencer sem a necessidade de um tira-teima com Bolsonaro.

Mas a campanha petista vai precisar se esforçar muito e converter praticamente todos os eleitores que declaram voto em Ciro e Simone, mas se dizem dispostos a votar em Lula para decidir o pleito sem segundo turno.

Quanto falta para Lula vencer em primeiro turno?

A melhor pista encontra-se em um dos muitos recortes da mais recente rodada do levantamento da Quaest Pesquisa e Consultoria, encomendado pela Genial Investimentos.

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A sondagem mostra Lula com 42% das intenções de voto em primeiro turno, seguido por Bolsonaro (34%), Ciro (7%) e Simone (4%).

Em votos válidos, os números são os seguintes:

Lula estaria, portanto, a 2,8 pontos porcentuais de distância da vitória em primeiro turno.

O que precisa acontecer para Lula ganhar sem segundo turno

De acordo com a Genial/Quaest, 25% dos eleitores nem-nem, que não pretendem votar em Lula nem em Bolsonaro originalmente, afirmam estar dispostos a apertar 13 em 2 de outubro se isso garantir que a eleição presidencial acaba ali.

Mudaria o voto para Lula vencer no 1º Turno.

Mais especificamente, 33% dos eleitores de Ciro e 19% dos que declaram voto em Simone dizem que votariam em Lula para resolver o pleito no primeiro turno.

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Isso representa 3,44% dos votos válidos hoje e não leva em conta o potencial de mudança do voto de eleitores de outros candidatos nem os indecisos.

Mudaria o voto para Lula no 1º Turno - Voto para Presidente

Lula precisaria, portanto, de quatro em cada cinco desses votos para vencer em primeiro turno.

O que dizem Ciro e Simone sobre o voto útil

Nem é preciso dizer que a campanha pelo voto útil desagrada a Ciro e Simone na mesma medida.

"Voto útil é tornar o seu sonho inútil", afirmou Ciro Gomes em peça de campanha.

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"Um primeiro turno, se acontecesse, a diferença seria tão pequena que a gente teria que enfrentar quatro anos de discussão de resultado de urna, se as urnas são seguras ou não, de contestação," disse Simone Tebet em comício em Salvador.

O dilema de Lula

Queiram eles ou não, porém, o voto útil está no radar — e com um poder de definição poucas vezes observado em um primeiro turno de eleição presidencial no Brasil.

A dúvida entre os observadores está na maneira como a campanha petista deveria abordar esses eleitores.

Lula pode tanto optar por encarnar com mais veemência o antibolsonarismo quanto por promover acenos ao centro.

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A julgar pelas pesquisas — mais precisamente o fato de nenhuma candidatura alternativa a Lula e Bolsonaro ter decolado até agora —, a radicalização do discurso parece mais tentadora do que a moderação.

Resta saber como isso soaria aos ouvidos de um público cansado da polarização que é pouco numeroso, mas tem o poder de dar à eleição o rumo pretendido por Lula.

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