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Ibovespa avança 2% e dólar desce a R$ 5,22 com sinalização do fim do aperto na Selic; Méliuz (CASH3) e Magalu (MGLU3) lideram altas do índice

Bull market Ibovespa bolsa dólar

Se existisse uma Rádio Ibovespa, ela tocaria apenas uma música nesta quinta-feira (4). “Tu vens, tu vens. Eu já escuto os teus sinais” — os famosos versos da canção de Alceu Valença seriam ouvidos durante todo o pregão.

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A voz do Banco Central sussurrou ontem no ouvido do mercado indicando que, depois de 12 elevações consecutivas, o ciclo de alta da Selic finalmente está chegando ao fim. E a anunciação provocou um otimismo generalizado no mercado hoje.

A notícia de que o Copom pode promover apenas uma “nova alta residual” na próxima reunião antes de estacionar a taxa soou como a mais bela canção para os setores mais afetados pelo aperto nos juros, especialmente para as varejistas, as construtoras e as techs.

A maior alta do dia veio do último segmento — que deve voltar a ser observado com mais carinho pelos investidores quando a atratividade da renda fixa diminuir — e foi registrada pela Méliuz (CASH3). A empresa de cashback saltou 15%.

A disparada foi seguida de perto pelo Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 14% apoiada também pelos sinais positivos vindos do balanço do Mercado Livre, uma das maiores empresas do setor. Já na construção o destaque foi a MRV (MRVE3) e sua alta de 12,7% diante da esperança de crédito imobiliário mais barato renovada.

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Com os sinos desses e de outros setores da bolsa anunciando as boas novas, o Ibovespa também foi contagiado pelo otimismo e teve uma performance expressiva hoje. O principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou o pregão com ganhos de 2,04%, aos 105.892 pontos.

Já a trajetória do dólar foi bem diferente. Enfraquecida globalmente, a moeda norte-americana também recuou por aqui com a notícia de que os investidores gringos injetaram cerca de R$ 438 milhões na bolsa brasileira em agosto, segundo dados da B3.

A indicação de que o fluxo de capital estrangeiro está se movendo em direção ao mercado local ajudou a assegurar a queda da divisa. Ao final da sessão, o dólar à vista recuou 1,09%, cotado em R$ 5,2204.

Veja também o fechamento dos juros futuros:

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CÓDIGONOMEULTFEC
DI1F23DI jan/2313,75%13,76%
DI1F25DI Jan/2512,10%12,47%
DI1F26DI Jan/2612,01%12,39%
DI1F27DI Jan/2712,12%12,45%

Sobe e desce do Ibovespa

Além das varejistas, techs e construtoras, as companhias aéreas também marcaram presença entre as maiores altas do Ibovespa hoje.

O bom desempenho das aéreas se deve, em grande parte, ao alívio visto no dólar e no petróleo — o barril do Brent recuou 2,75%, no nível de US$ 94.

Tanto o dólar quanto o petróleo são importantes para a linha de custos das companhias. A moeda também traz um desdobramento benéfico sobre a dinâmica do endividamento, uma vez que as aéreas têm grande parte de sua dívida em divisas estrangeiras.

Veja quais ações mais subiram no pregão:

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CÓDIGONOMEULTVAR
CASH3Meliuz ONR$ 1,3015,04%
GOLL4Gol PNR$ 10,0014,81%
MGLU3Magazine Luiza ONR$ 3,3413,99%
MRVE3MRV ONR$ 11,2512,73%
VIIA3Via ONR$ 2,9512,60%
Fonte: B3

Já a ponta negativa do índice foi dominada pelos frigoríficos. O setor é afetado pelos temores de recessão nos Estados Unidos, o que poderia levar a uma diminuição no consumo de carne.

Com a queda do petróleo no mercado internacional, as petroleiras também aparecem entre as maiores quedas da sessão. Confira abaixo:

CÓDIGONOMEULTVAR
BRFS3BRF ONR$ 16,69-2,00%
PRIO3PetroRio ONR$ 23,35-1,73%
BEEF3Minerva ONR$ 12,65-1,63%
BBSE3BB Seguridade ONR$ 28,21-1,23%
BRKM5Braskem PNAR$ 34,04-1,53%
Fonte: B3

Um pequeno aperto em Taiwan

No exterior, a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, seguiu dominando o noticiário.

Em retaliação à presença da norte-americana, a China disparou mísseis perto do litoral de Taiwan nesta quinta-feira, durante uma manobra militar no Estreito de Formosa.

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Em Wall Street, os investidores também se preparam para novos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Mas os números do payroll só devem ser conhecidos amanhã.

Em compasso de espera, os principais índices de NY encerraram o dia sem direção definida. O Nasdaq subiu 0,41%, enquanto Dow Jones e S&P 500 recuaram 0,26% e 0,08%, respectivamente.

Veja também — Alerta vermelho de tensão global: atrito entre EUA e China pode causar guerra?

Mais uma decisão de BC na manga

Já na Europa, o dia foi positivo apesar da tensão que envolveu mais decisão de política monetária do banco central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

Confirmando as expectativas dos analistas, a instituição promoveu uma elevação de meio ponto porcentual na taxa básica de juro. A decisão marcou a maior alta de juro na Inglaterra desde 1995.

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Com isso, a taxa de juros inglesa subiu para 1,75%, patamar que não era visto desde o final de 2008.

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