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Hegemonia ameaçada? Powell admite que Rússia e China juntas podem abalar a economia dos EUA; entenda por quê

Tabuleiro de xadrez; nele, há três peças diferentes, identificadas com as bandeiras dos EUA, da China e da Rússia; simboliza a tensão geopolítica e a guerra no leste europeu

Rússia e China não precisaram declarar guerra contra os EUA para colocar a maior economia do mundo em risco. Os efeitos colaterais da invasão da Ucrânia e o aumento de casos de covid-19 na China são suficientes para abalar as estruturas norte-americanas. 

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E quem disse isso foi o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, durante coletiva nesta quarta-feira (04) para explicar a elevação da taxa de juros em 0,50 ponto percentual

O chefe do banco central norte-americano reconheceu que Rússia e China são agentes de um caos que fará a economia norte-americana desacelerar e ser castigada por uma inflação persistentemente alta.

“A invasão da Ucrânia e as medidas da China para controlar o aumento de casos de covid-19 certamente vão afetar a economia global e atingir a economia dos EUA por vários canais”, afirmou. 

Rússia e China: situação muito difícil

Powell classificou os efeitos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia e do lockdown na China como situações difíceis que o banco central dos EUA terá que enfrentar. 

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Segundo ele, a continuidade da guerra manterá os preços das commodities, em especial do petróleo, em patamares muito elevados, e as medidas do governo chinês contra a covid-19 terão reflexos na cadeia de suprimentos, em especial dos chips. 

"Essa é uma situação difícil. Ambas vão adicionar pressão sobre a inflação. As pessoas vão sentir muito mais pressão sobre os preços dos alimentos e da energia”, disse. 

Mesmo antes de a guerra na Ucrânia começar, a inflação era o dobro da meta do Fed de 2% ao ano — muito em função da reabertura econômica com o arrefecimento da pandemia. A situação dos preços piorou com a invasão russa. 

Em março, o índice de preços para gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) — a medida preferida do Fed para a inflação — subiu 6,6% ante igual período do ano anterior, no maior valor registrado desde 1978.

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“As ferramentas do Fed não atuam sobre choques de oferta, mas sim sobre a demanda”, afirmou Powell, referindo-se à capacidade do banco central norte-americano de usar a política monetária para estimular a demanda nos EUA. 

E o que Fed vai fazer?

Diante desse cenário, o Federal Reserve está em uma encruzilhada: aumentar ainda mais a taxa de juros para conter a inflação e correr o risco de lançar a economia em uma recessão ou adotar um ritmo mais brando de aperto e arriscar ter uma inflação fora de controle.

De acordo com as declarações de Powell na coletiva, o banco central norte-americano não vai tirar o pé do acelerador do aperto monetário temendo Rússia e China, mas também não irá ultrapassar seus limites de velocidade. 

“É um consenso entre os membros do comitê [de política monetária] que um aumento de 0,50 pp nas duas próximas reuniões é adequado. Esse aumento está sobre a mesa”, afirmou.

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Questionando se o Fed pretende elevar os juros em uma grau ainda maior, em 0,75 pp, já que a inflação não dá sinais de trégua, Powell respondeu que não. 

“Não é algo que estamos avaliando neste momento, mas iremos analisar a situação reunião por reunião”, disse. “Nossa expectativa é de que a inflação não desacelere, mas se estabilize e se isso acontecer, o aumento de 0,50 pp é adequado”, acrescentou. 

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