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A Alemanha pretende tornar-se independente do petróleo russo ainda este ano. Entenda se essa é uma perspectiva realista

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Alta do petróleo coloca em risco a atual política de preços da Petrobras

A Alemanha importou da Rússia no ano passado uma média de 555 mil barris de petróleo por dia. O volume representou 34% das importações alemãs da commodity em 2021, segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE). No caso do gás natural, a dependência alemã era ainda maior: mais de 50% vinha da Rússia.

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No início deste ano, porém, a invasão da Ucrânia pela Rússia desatou uma forte pressão sobre a Alemanha para que suspendesse as importações do gás e do petróleo russo.

Depois de alguma resistência, porém, a maior economia da Europa mudou a chavinha e agora pretende tornar-se independente, ainda este ano, das commodities energéticas vendidas por Moscou.

Alemanha reduziu significativamente importações da Rússia

Segundo Robert Habeck, ministro de Economia e Ações Climáticas da Alemanha, é possível que o país atinja essa meta até o fim do verão no Hemisfério Norte. Ou seja, até o fim de setembro.

Desde fevereiro, quando começou a guerra entre Rússia e Ucrânia, Berlim já cortou substancialmente as importações de Moscou.

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Ontem, Habeck afirmou que a Rússia representa atualmente 12% das compras alemãs de petróleo, 8% das importações de carvão e 35% das aquisições de gás natural.

“Todos essas medidas que estamos tomando exigem um enorme esforço conjunto de todos os atores envolvidos e também significam custos que são sentidos tanto pela economia quanto pelos consumidores”, disse Habeck por meio de nota. “Mas eles são necessários se não quisermos mais ser chantageados pela Rússia.”

União Europeia analisa embargo ao petróleo russo

O anúncio ocorre em um momento no qual a União Europeia (UE) como um todo considera um embargo ao petróleo russo. A partir de agosto, o bloco já não importará mais o carvão produzido pela Rússia.

Calcula-se que a UE pague à Rússia o equivalente a US$ 850 milhões por dia por petróleo e gás natural.

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Ambição alemã é realista?

A Alemanha, por sua vez, figura como principal cliente da Rússia na Europa.

Berlim conseguiu mudar significativamente o perfil de suas importações de petróleo e carvão em um intervalo relativamente curto.

Na avaliação do governo alemão, é isso o que tornaria realista a perspectiva de “encerrar a dependência das importações de petróleo russo até o fim do verão”.

Gás natural é um desafio maior para a Alemanha

Afastar os alemães do gás natural russo é um desafio bem maior.

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Na semana passada, quando a Rússia anunciou o corte do fornecimento de gás à Polônia e à Bulgária, a notícia foi recebida com preocupação em Berlim.

Antes de a Rússia invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro, a Alemanha recebia mais da metade de suas importações de gás natural da Rússia e estava prestes a inaugurar o segundo ramal do gasoduto Nordstream.

Essa participação agora caiu para 35%, em parte devido ao aumento das compras da Noruega e da Holanda, segundo o Ministério da Economia e Ações Climáticas.

Com o Nordstream 2 fora do radar, a Alemanha planeja acelerar a construção de terminais flutuantes de gás natural liquefeito, ou GNL. Um número não especificado desses terminais deve ser inaugurado nos próximos meses.

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Mais uma vez recorrendo ao ministro Habeck, o resultado vai depender “do comprometimento de todos os envolvidos”.

*Com informações da Associated Press e da Reuters.

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